sábado, 23 de junho de 2012

AS PRIMEIRAS PERSEGUIÇÕES DE ROMA AOS CRISTÃOS

"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".  (Mt 16.18).

INTRODUÇÃO:

Durante os três primeiros séculos da era cristã, os cristãos foram duramente perseguidos e torturados até a morte. Eles eram encarcerados, jogados aos leões e feras, mortos por gladiadores, crucificados, feitos tochas humanas, atirados aos cães, jogados de despenhadeiros, colocados em fogueiras e queimados vivos, toda sorte de atrocidades e crueldades eram praticadas contra os que se declarassem seguidores de Cristo;

A primeira grande perseguição contra os cristãos, aconteceu no ano 67 D. C. pelo imperador Nero, após promover inúmeras atrocidades e incendiar Roma, percebendo que sua conduta era censurada pelo povo, colocou culpa nos cristãos, Iniciando assim grande perseguição aos mesmos.

Vestiam-nos com peles de animais e atiravam aos cães para serem devorados, embebiam com óleo e pendurava em postes ateando fogo para servirem de tochas humanas. O Coliseu de Roma era palco das mais perversas crueldades contra os cristãos. Essa carnificina servia de diversão para o imperador e pagãos.

Neste período, foram martirizados os apóstolos Pedro e Paulo, bem como Erastos tesoureiro de Corinto; Aristarco, o macedônio; Trófimo de Éfeso; José, também chamado Bersabás; Ananias, o bispo de Danasco, e cada um dos setenta.

A segunda grande perseguição ocorre no reinado de Domiciano, no ano 81 D.C.

Matou seu irmão, alguns senadores e outros tantos para confiscar os seus bens, iniciando em seguida perseguição aos cristãos. Determinou a execução de todos os pertencentes a linhagem de Davi. Editou a lei que dizia que nenhum tribunal, fique isento de castigo, sem que renuncie sua religião.

Dentre os numerosos martirizados destacamos: Simeão, bispo de Jerusalém; Dionísio o areopagita; Nicodemos; Timóteo, o celebre discípulo de Paulo.

No reinado de Tirano, ocorre a terceira perseguição aos cristãos, onde milhares foram mortos, jogados às feras ou crucificados. Dentre os martirizados temos: O bem-aventurado Inácio, que na ora de sua morte disse: "sou o trigo de Cristo, vou ser moído com os dentes de feras, para que possa ser achado pão puro".

Adriano, o sucessor de Tirano, continuou as perseguições, muitos foram crucificados no monte Ararate, coroados de espinhos e transpassados por lanças.

Foram martirizados Alexandre, o bispo de Roma e seus dois diáconos Quirino e Hernes com suas famílias e cerca de dez mil cristãos.

A quarta perseguição ocorre no reinado de Marco Aurélio em 162 D.C. Foi duro e feroz contra os cristãos, alguns dos mártires eram obrigados a passar com os pés já feridos em espinhos e conchas afiadas, outros eram açoitados até que seus tendões e veias ficassem expostos, depois de terem sofrido os mais atrozes tormentos, eram mortos das maneiras mais terríveis.

Foram martirizados: Policarpo, o bispo de Esmirna que dissera no momento de seu martírio, "durante oitenta anos tenho servido a Cristo e nunca me fez mal algum, como blasfemaria eu contra o meu Rei, que me tem salvado?"

A quinta perseguição ocorre sob o reinado de Severo.  Embora tenha sido curado de uma enfermidade terrível sendo tratado por um cristão, Severo cedeu as pressões dos pagãos e promoveu grande perseguição aos cristãos que eram tidos como culpados por qualquer desgraça acidentais que sobrevinham, essa perseguição ocorre em 192 D.C.

Foram martirizados: Victor, bispo de Roma; Leônidas, pai de Origenes. Plutarco e Sereno, Heron e Heraclides foram decapitados; Irineu, bispo de Leon, na França foram grandes as perseguições impostas pelos romanos.

Em 255 D.C. começou sob o comando de Maximino uma nova perseguição. O governador de Capadócia Seremiano fez todo possível para exterminar os cristãos daquela região.

As principais pessoas a morrer nesse reinado foram: Pontiano, bispo de Roma e seu sucessor Anteros; Pamaquio e Quirito, senadores com suas famílias; Simplício; Calepódio que foi lançado no rio rio Tibre.

A sétima perseguição ocorreu sob o reinado de Décio. Motivado por seu ciúme ao grande crescimento do cristianismo e por inveja de seu antecessor Filipe, considerado cristão.

Os pagãos em geral tencionavam por em prática os decretos imperiais e consideravam o assassinato de cristãos como um mérito para si próprio. Os mártires foram inumeráveis, dentre eles destacamos: Fabiano, bispo de Roma; Orígenes, em Alexandria; Julião, nativo da Cilícia; Pedro, um jovem que foi decapitado por se recusar a sacrificar a Vênus. Na ilha de Creta, o massacre foi tanto que rios de sangue corriam nas ruas.

Gallo, depois de concluir suas guerras, deparou-se com uma praga no império, então mandou prestar sacrifícios a deuses pagãos desencadeando novas perseguições aos cristãos, desde a capital do império até as províncias mais afastadas.

Valeriano promove a oitava perseguição aos cristãos no ano de 257 D.C. que durou três anos e dez meses. Foram inumeráveis os martírios dessa perseguição, suas torturas e mortes eram variadas e penosas.

A nona perseguição ocorreu no reinado de Aureliano, em 274 D.C. Os dois mártires desta perseguição foram: Felix, bispo de Roma e Agapito, um jovem cavalheiro que vendera suas posses e dera aos pobres. Conta-nos a história que um exército de seis mil homens cristãos (Legião Tebana) foram dizimados por se recusarem a sacrificar e fazer os juramentos proposto pelo imperador Maximiano.

A décima perseguição ocorre no reinado de Deocleciano, no ano 303 D.C. A era dos martírios foi ocasionada em parte pelo crescimento do numero de cristãos e do crescimento de suas riquezas que despertou o ódio e a inveja dos imperadores pagãos.

No ano de 313 D.C., Constantino, sendo encurralado em uma emboscada ao alhar para o céu vê uma luz que refletia as letras X e P iniciais do Cristo em grego, e uma inscrição que dizia que sob esse símbolo ele venceria, então a partir daí ele ordena que todo o império passasse a ser cristão.

Constantino foi um imperador sanguinário, mandou matar sua esposa Fausta e seu filho mais velho Crispo. Ele realiza uma grande estratégia para unificar o império que estava fragmentado, buscando aliar-se aos cristãos, apesar disso continuou adorando o deus sol e só foi batizado poucos dias antes de sua morte, com medo de ir para o inferno.

CONCLUSÃO:

O império deixou de perseguir a igreja, Satanás muda de estratégia, aliando-se a ela fazendo com que a igreja acumulasse riquezas, títulos e nobreza. O dirigente da igreja passou a ser o homem, instituindo-se o clero tendo como dirigente máximo o papa, sua infalibilidade é apregoada e o clero passa a ocupar lugar de destaque na sociedade. Cristo fica de lado.

Propicia-se a entrada de heresias pagãs na igreja, diminuindo consideravelmente o ritmo de seu crescimento. Entretanto a verdadeira igreja do nosso Senhor Jesus Cristo, a noiva sem mácula, com vestes branqueadas pelo sangue do Cordeiro, essa permaneceu fiel, nas catacumbas de Roma, pois as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela. SOLI DEO GLORIA. Pb. Gilson dos Santos.

FONTE: FOX, John. O Livro do Mártires, CPAJ, Rio e Janeiro, 2012.

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