terça-feira, 29 de maio de 2012

OS FALSOS PROFETAS

A palavra profeta, no grego (prophetes), significa proclamador. O termo (propheteuo) representa a ação do profeta, ou seja, fazer revelações proféticas "profetizar" e a palavra (propheteia) traduz a atividade profética (dom profético, palavra profética, dito profético).

Profetes é um substantivo composto da raiz -phe- (dizer, proclamar) e tem sempre uma conotação religiosa, e o prefixo- pro- um adverbio de tempo que tem o significado de "antes" "de antemão". Sugere-se assim o significado daquele que prediz, daquele que conta de antemão.

Por outro lado, a palavra grega (pseudoprophetes) significa falso profeta, ou seja, aquele que prediz, que conta de antemão, porém as suas falas não são verdadeiras, são falsas.

A palavra falso, é um adjetivo que significa: contrário à realidade, fingimento, dissimulação ou dolo, fictício, enganoso, desleal, pérfido, traiçoeiro, sem fundamento, errado, inexato, etc.

Devemos ter em mente que Deus nos propiciou coisas maravilhosas para a nossa redenção, dentre elas a fé, pois só pela fé e pela graça somos salvos (sola fide, sola gratia). "O povo de Deus recebe constantemente ameaças no tocante a sua ortodoxia e ortodoxia". Os falsos profetas fazem parte de uma categoria de perigos que ameaçam a igreja do nosso Senhor Jesus Cristo. "A preocupação com a pureza da comunidade não se funda somente  pelo interesse da salvação do indivíduo, mas é também uma preocupação da sociedade dos santos como um todo."[1]

Israel sempre se viu as voltas com os falsos profetas. Israel sabia que a palavra de Deus podia vir de diferentes direções, assim a lei de Deus alertava Israel:

"Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome que eu não lhe mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto.(Dt 18.20)

David S. Dockery em seu Manual Bíblico faz o seguinte comentário: Dois tipos de falsos profetas confundiam Israel em seu empenho em conhecer a vontade de Deus.

1.    Os profetas que alegavam anunciar a mensagem de Javé. Deus de Israel. Esses profetas apresentavam-se a Israel muitas vezes em sua história. Tais profetas proclamavam as palavras que o público queria ouvir (Mq 3.5). Essas palavras vinham pela sua própria imaginação (Ez 13.17) sendo em geral palavras de paz (Jr 28.5-9).

Isaías acusou tais profetas de se embriagarem de bebidas forte e vinho, em vez de serem inspirados pelo Espírito (Is 28.7-8). Eles eram perversos, até adúlteros (Jr . 10-11). Falavam em nome do Deus de Israel mas mentiam (Jr 27.16-17, 29.20-23).

Eles não cumpriam as responsabilidades dos profetas com intercessores em favor de Israel junto a Deus (Jr 27.18). Empregava meios espúrios para garantir a palavra de Deus (Ez 13.6, Dt 18.9-10). O dinheiro era a motivação deles, não o Espírito de Deus (Mq 3.5,11).

A bem da verdade Deus jamais os enviou (Jr 14.14, 23.21). Esses profetas não conseguiram cumprir sua missão básica: Eles não desviavam Israel da perversidade e do mal (Jr 23. 11,22), nem os afastavam de Baal, nem os convidavam à fidelidade a Javé (Jr 23. 27). Eles se opunham aos retos e não aos perversos (Ez 13.22).

 

Evidentemente esses profetas eram falsos, mesmo assim o povo os aplaudiam, eles pregavam e ninguém conseguia provar que eles estavam errados. Muitas das vezes serviam ao rei com fidelidade e suas mensagens de paz pareciam boas, eles exigiam pouco dos ouvintes.

Um aspecto expunha os falsos profetas: suas predições não se cumpriam.

2.    O segundo tipo de falso profeta logo mostrava sua falsidade, esses profetas profetizavam em nome de outros deuses (1Rs 18.22). Israel devia perceber rapidamente a falsidade desses profetas mas a nação estava cega até para o sinal claro da falsa profecia.

Muitas vezes, portanto, até a falsa profecia ganhava batalhas em Israel, mas só os atos condenatórios de Deus na história de Israel acabavam legitimando, em seu devido tempo, seus verdadeiros profetas.

De acordo com as Escrituras um profeta é aquele que fala a vontade de Deus, e um falso profeta não fala de acordo com a vontade de Deus, não éum porta voz de Deus, ou ele fala por si mesmo ou sobre o mando direto de Satanás.

Um dos dons ministeriais é o profético(Ef 4.11-15). Os dons têm como finalidade o aperfeiçoamento, a unidade da fé e a edificação do povo de Deus.

Paulo mostra que cada um de nos contribuímos com os dons que nos é dado pelo Espírito Santo, assim como todos os membros de um corpo são importantes para o desenvolvimento do corpo, nós também o somos para o desenvolvimento e edificação da igreja.

No Novo Testamento, encontramos vários alertas em relação aos falsos profetas:

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mais, interiormente são lobos devoradores, (Mt 7.15)

A mensagem do falso profeta pode ser atraente, porém o tempo mostrará seus frutos e comprovaram que seus ensinos eram falsos.

"Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos" (Mt 24.11)

Um quadro de desgraça precederá a segunda vinda de Cristo onde surgirão falsos profetas e falsos mestres que tentarão transformar a terra no céu, numa tentativa de anular as profecias do próprio Messias.

"Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina destruição" (2Pe 2.1)

Na sua segunda epístola, Pedro fala das heresias e ensinamentos gnósticos que estavam surgindo em sua época. Ele então aponta para os seguintes fatos: Falsos profetas, falsos ensinos, falsos doutores, introdução de heresias de perdição, negação do Senhor, repentina destruição, muitos seguirão suas práticas libertinas e será infamado o evangelho da verdade.

Segundo Finis Jennings Dake, no livro de Filipenses podemos identificar cinco fatos a respeito dos falsos profetas:

·         São inimigos da cruz de Cristo.( Fp 3.18)

·         Seu fim é a perdição. (Fp 3.19)

·         O seu deus é o ventre (Fp 3.19)

·         Sua glória é para confusão deles. (Fp 3.19)

·         Só pensam nas coisas terrenas. (Fp 3.19).

Ao estudarmos a carta de Judas compreendemos o quanto ela é importante para a renovação da nossa ortodoxia e a consequência de uma ortopraxia saudável . Judas está interessado tanto na salvação dos cristãos quanto na fé oferecida aos santos. Esta carta fala ao mundo contemporâneo como falou  a todas as eras procedentes. Ela nos mostra como agem os falsos mestres e os falsos profetas:

·         São sonhadores alucinados, usam de visões para justificar ações contrárias à Palavra de Deus.v8

·         Contaminam a carne. V8.

·         Rejeitam e difamam autoridades superiores. V8

·         São como brutos sem razão, ferindo sem importar a quem. V10

·         São rochas submersas, como recifes são perigosos à navegação. V 12

·         São como nuvem sem água, ou seja, não são nuvens, pois toda água emerge das nuvens, são falsos. V12

·         São como árvores sem frutos. V 12

·         São estrelas errantes. v13

·         São murmuradores, descontentes, andam segundo as paixões, arrogantes, aduladores, interesseiros, escarnecedores, divisionistas e sensuais. V16

Vários sinais indicarão a segunda vinda de Cristo, dentre eles está o aparecimento de falsos profetas realizando sinais e maravilhas, como podemos ver em Marcos 13.22 .

"pois surgirão falsos cristãos e falsos profetas, operando sinais e prodígios para enganar, se possívelos próprios eleitos". (Mc 13.22).

Conclusão:

Desde o início, na história do povo de Israel, este povo escolhido por Deus para preparar e anunciar a vinda do nosso Senhor Jesus cristo surge no meio desse povo falsos profetas, e os falsos profetas continuaram surgindo no meio da igreja do nosso Senhor Jesus Cristo, porém devemos estar atentos e agir segundo os conselhos do apóstolo Paulo, registrados em Atos 20.28-30. SOLI DEO GLORIA.

Pb. Gilson dos Santos

FONTES: MICHEL, Augusto. (Falsos Profetas) .DOCKERY, S. David.(Manual Bíblico)..HALLEY, Henry Nanpton e Colin Brown.(Manual Bíblico de Halley).COENEN,Lothar, (Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento).


[1] Bultimam, Teologia do Novo Testamento,p.684

Nenhum comentário: