domingo, 20 de fevereiro de 2011

TEMA: SOBRE A DISCIPLINA ECLESIÁSTICA


Gostaria de falar um pouquinho sobre esse assunto, que é de responsabilidade do conselho da igreja, como veremos mas a diante. O que me motivou a tocar nesse assunto foi uma pergunta de um diácono, homem piedoso e dedicado as coisas do Reino. "Presbítero,  temos ouvido comentários de tantas quebras de condutas cristãs, e qual é a postura do conselho diante disto"? 

 

Amados, em primeiro lugar, sabemos que a igreja é um lugar de pecadores, e que todos nos estamos sujeitos ao erro e que Jesus Cristo veio para nos redimir, que Ele ama o pecador, mas abomina o pecado, que Deus procura verdadeiros adoradores, que o adorem em espírito e em verdade.

 

Temos ouvido falar que a igreja é como um hospital, que está cheio de doentes necessitando de cura para os seus corpos, a igreja esta cheia de pecadores necessitando de cura para suas almas. Os hospitais carecem de bons médicos, bons remédios, bom atendimento, pessoas bem preparadas e amorosas. A igreja precisa de bons pastores, bons presbíteros que cuidem com zelo e amor do rebanho de Cristo, lembrando que Cristo comprou a igreja com o seu próprio sangue. E a disciplina eclesiástica? Vamos para as escrituras:

 

"E estais esquecidos da exortação que como a filhos, discorre convosco: Filho meu não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama  e açoita a todo filho a quem recebe" (Hb 12.5,6)

 

Vamos para a nossa confissão de fé:

 

Visto que os poderes que Deus ordenou, e a liberdade que Cristo comprou, não foram por Deus designados para destruir, mas para que mutuamente nos apoiemos e preservamos uns aos outros, resistem a ordenança de Deus, os que sob pretexto de liberdade cristã, se opõem a qualquer poder legítimo, civil ou religioso, ou ao exercício dele. Se publicarem opiniões ou mantiverem práticas contrárias  à luz da natureza ou aos reconhecidos princípios do Cristianismo concernentes à fé, ao culto ou ao procedimento; se publicarem opiniões, ou  mantiverem práticas contrárias  ao poder da piedade ou que, por sua própria  natureza ou pelo modo de publicá-las e martelas, são destrutivas da paz externa da igreja e da ordem que Cristo estabeleceu nela, podem, de justiça por processados e visitados com as censuras eclesiásticas. (XX,4)

 

Então porque os conselhos muitas das vezes são omissos, se lhes competem a aplicação da disciplina?  Vamos a algumas das possíveis razões à luz de uma visão pós-moderna, erroneamente difundida.

 

1. NÃO PODEMOS JULGAR

 

Quem considera  o exercício da disciplina, como uma violação do mandamento de Jesus, " Não julgueis para que não sejais julgados" (Mt 7.1). Essa interpretação é totalmente falsa. O julgamento que Jesus proíbe é o julgamento hipócrita, ou seja condenarmos os outros, sem prestarmos atenção em nossos próprios pecados. (veja os versos 3 e 4). Além disso, foi o próprio Jesus quem determinou os passos para o exercício da disciplina eclesiástica ( Mt 18. 15-17).

 

2. O EXERCÍCIO DA  DISCIPLINA VIOLA O AMOR

  

Muitos acreditam que a aplicação da disciplina eclesiástica viola o mandamento do amor. É considerada como falta de amor cristão para com os irmãos caídos. Essa falsa interpretação do amor Cristão, não leva em conta que Deus disciplina exatamente a quem ele ama. (Hb 12.6, Pv 3.12; 13.24,Dt 8.5, Sl 89.30-34).

 

 3.  O EXERCÍCIO DA DISCIPLINA VIOLA A LIBERDADE

 

Há quem considera o exercício da disciplina como uma violação da liberdade de consciência e da liberdade cristã. De fato a igreja não pode violar o foro íntimo da consciência de uma pessoa, que está sujeita somente a Deus. Todavia, existe o foro externo das atitudes e das ações. Essas, sim, são objetos da  supervisão e da disciplina da igreja. (C.Fé XX4)

 

 4. O FATO DOS LÍDERES SEREM PECADORES OS IMPEDEM DE EXERCEREM A DISCIPLINA

 

Muitos consideram que os líderes das igrejas não têm autoridade moral  para exercer a disciplina, pois eles mesmos são pecadores. Todavia a falha de muitos líderes, não anula o fato que eles são responsáveis pelo rebanho, pela supervisão das almas e pelo governo espiritual sobre elas. 

 

Amados, João Calvino e Lutero afirmaram que a igreja deve estar fundamentada na fidelidade à palavra de Deus, na correta aplicação dos sacramentos e na busca da disciplina.

 

Irmãos, como disse o Rev. Augustus Nicodemus em seu livro "MANTENDO A IGREJA PURA": "Esse tema é relevante, pois a disciplina tem como alvo zelar pelo nome do Senhor, manter a igreja pura e restaurar os faltosos, isso constitui das marcas da verdadeira igreja de Cristo. Onde os pecados passam impunes, os faltosos não são repreendidos, corrigidos e restaurados; onde os líderes cometem pecados públicos, claros e não dão conta a ninguém de seus atos, poderá subsistir ali, por muito tempo, a igreja do Senhor, pela qual ele derramou seu sangue precioso, em busca de um povo puro e santo?"

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