INTRODUÇÃO:
Amados, o objetivo deste breve comentário é mostrar ao leitor, o grande privilégio que os eleitos têm de serem chamados filhos de Deus, através da adoção, por intermédio do nosso senhor Jesus Cristo, privilégio esse que aparentemente nem aos anjos foram dados.
A palavra para designar anjo no Antigo Testamento, significa simplesmente mensageiro. Normalmente, constituía-se um agente de Deus para cumprir algum propósito divino para a humanidade.
Em outras ocasiões, um anjo atuou na direção de uma pessoa para o fiel cumprimento da vontade de Deus. Outras vezes os anjos atuam como executores do juízo de Deus. Eles aparecem como interlocutor no livro de Zacarias. Um dos mais bonitos papéis dos anjos é no louvor. No Novo Testamento, a palavra grega "angelos" significa mensageiro.
O teólogo e escritor Wayne Grudem em seu livro de Teologia Sistemática na página 617, faz o seguinte comentário:
Embora a adoção seja um privilégio que vem a nós ao mesmo tempo em que nos tornamos verdadeiros cristãos (Jo 1.12, Gl 3.36, 1 Jo 3.1-2) é contudo um privilégio distinto da justificação e da regeneração. Na regeneração tornamo-nos espiritualmente vivos, capazes de falar com Deus em oração e adoração e capazes de ouvir sua palavra com coração receptível.
Porém é possível que Deus tenha criaturas espiritualmente vivas e que, contudo, não são membros de sua família e não compartilham dos privilégios especiais de membros da família – os anjos, por exemplo, aparentemente se enquadram nessa categoria.
Portanto, teria sido possível para Deus decidir dar-nos regeneração sem o grande privilégio de adoção em sua família. Além disso, Deus poderia ter-nos dado a justificação sem o privilégio da adoção em sua família, porque, poderia ter perdoado dos nossos pecados e nos dado o direito legal de estar diante dele sem tornar-nos seus filhos.
É importante entender isso porque nos ajuda a reconhecer quão grande são os nossos privilégios na adoção. A regeneração tem que ver com nossa vida espiritual interior. A justificação tem que ver com nossa posição diante da lei de Deus.
Mas a adoção tem que ver com nossa comunhão com Deus como nosso Pai, e por causa da adoção são-nos dadas muitas das maiores bênçãos, das quais nos lembramos por toda eternidade.
Quando começamos a perceber a excelência dessas bênçãos e compreendemos que Deus não tem a obrigação de dar-nos nenhuma delas, então somos capazes de exclamar com o apóstolo João. "Vede que grade amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus, e, de fato somos filhos de Deus" (Jo 3.1)
Grudem, então faz o seguinte comentário: Embora tanto os anjos bons quanto os anjos maus sejam chamados "filhos de Deus" em certos lugares da Bíblia (Jó 1.6), esse é aparentemente um estado de filiação que vem do fato de Deus havê-los criado.
Não parece indicar que os anjos em geral (especialmente os anjos maus), compartilhem desse privilégio de serem uma família que recebemos como filhos de Deus, de fato Hb 2. 14-16 faz uma clara distinção entre nossa condição como filhos de Deus e a condição dos anjos.
Além, disso, os anjos não são jamais mencionados como membros da família de Deus e nunca se diz que tem os privilégios de família que pertencem como filhos de Deus.
"Visto, pois que, os filhos tem participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente. Participou, para que, por sua morte. Destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o Diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mais socorre a descendência de Abraâo". (Hb 2.14-16)
Wayne Grudem deixa a entender, que os anjos não fazem parte da família de Deus, pois foram criados para servir os propósitos divinos. Podemos comparar como um criado que serve uma família, porém não faz parte dessa família. SOLA FIDE. Pb GILSON DOS SANTOS.
FONTES: GRUDEM, Wayne. Teologia sistemática, Vida Nova, São Paulo, 1999. GARDNE R, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada, Vida, São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário