sábado, 21 de julho de 2012

O DESTINO DA ALMA IMEDIATAMENTE APÓS A MORTE

Qual o destino da alma, imediatamente após a morte? Esta é uma pergunta muito frequente tanto entre crentes e não crentes e faz parte de uma série de perguntas pertinentes à curiosidade do homem, o homem sempre esteve interessado em saber, qual a sua origem, qual o propósito de seu nascimento e qual será o destino de sua alma após a morte. Consultando a Escritura Sagrada, vamos procurar responder a essa tão importante pergunta:

 Qual o destino da alma imediatamente após a morte?

Alguns homens não acreditam que haja vida após a morte e que corpo, alma, tudo se desfaz após a morte, esse é um pensamento ateu e materialista, porém aqueles que consideram a Bíblia como sendo a revelação de Deus e a toma como regra de fé e prática, acreditam que há vida após a morte, a nossa alma tem um destino imediatamente após o último suspiro.

A Confissão de Fé de Westminster em seu capítulo XXXII trata exatamente dessa questão, relatando que:

Os corpos dos homens, após a morte, voltam ao pó e experimentam corrupção, suas almas, porém (que nem morrem, nem dormem), possuindo existência imortal, imediatamente voltam a Deus que as deu.

As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas em santidade, são recebidas no mais alto céu, onde vêem a face de Deus em luz e glória, aguardando a plena redenção de seus corpos, e as almas dos réprobos são lançadas no inferno, onde permanecem em tormentos e completa escuridão, reservadas para o juízo do grande dia.

Além desses dois lugares reservados para as almas separadas de seus corpos, a Escritura desconhece qualquer outro. Vejamos alguns textos bíblicos que comprovam o que foi dito:

·         O diálogo de Jesus com o ladrão na cruz- Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23.43)

·         O rico e o mendigo – No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. (Lc 16.23)

·         Paulo escrevendo aos filipenses – Ora, de um de outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. (Fp 1.23)

·         Paulo escrevendo aos tessalonicenses – Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem. (1 Ts 4.14)

·         Paulo falando aos romanos - Não somente ela, mais também nós que temos as premissas do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos,  a redenção de nosso corpo. (Rm 8.23)

·         E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. (Ec 12.7)

Portanto, a morte consiste na separação temporária do corpo e da alma, enquanto o corpo se decompõe em seus elementos químicos de que se constitui, a alma do crente é imediatamente aperfeiçoada em santidade e imediatamente entram na glória, ao longo de todo o estado intermediário da morte à ressureição, ela continua consciente, ativa e feliz e está na presença de Cristo, o qual, após sua ascensão assentou-se a direita de Deus.

A alma dos réprobos também continuam, durante este estado intermediário, consciente e ativa, mas num estado de tormenta penal (no inferno), reservada para o juízo do grande dia. Essas condições, ainda que não finais, são irreversíveis isto é, das que estão com Cristo, nenhuma jamais se perderá, e das que estão em tormento, nenhuma jamais se salvará. SOLA SCRIPTURA. Pb. Gilson dos Santos.

FONTES: Confissão de Fé de Westmister. O Breve Catecismo de Westminster.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A IGREJA DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Como filhos de Deus, um dos grandes privilégios que desfrutamos é o de pertencermos a sua família, uma família de muitos irmãos, esta família é a igreja de Deus. Amados, nesta breve matéria, vamos falar sobre a igreja cristã,  seu criador, sua base e sua permanência.

A palavra igreja tem sua origem na palavra grega "ekklésia" que significa: assembleia, reunião, congregação, "igreja". Temos também a palavra "synago" significando reunir-se, dando origem a palavra "synagoge" assembleia, (sinagoga).

Os seguidores de Jesus não descreveram suas reuniões bem como a comunidade que estas representavam com a palavra synagoge (havendo uma única exceção em Tg 2.2) afinal de contas esta palavra teria sido natural para um grupo que brotou de raízes judaicas, e que, pelo menos no início, se considerava parte do judaísmo.

Podemos inferir porque a igreja cristã conscientemente procurava evitar o termo synagoge para descrever a si mesma. O nome sinagoga que originalmente era um termo técnico para a assembleia judaica, veio a ser considerada, no decurso do tempo, como o símbolo da religião judaica, que consistia na lei e na tradição.

A idéia deve ter parecido tão rígida, do ponto de vista cristão, esta palavra (sinagoga), portanto, não podia ser usada para descrever uma comunhão e um evento que tinha no seu centro a proclamação do evangelho da libertação da lei, e da salvação que se pode receber somente mediante a fé em Jesus Cristo.  

Cristão, este nome surge pela primeira vez em Antioquia no ano 43 e foi dado aos discípulos de Cristo pelos seus inimigos em sinal de desprezo. Hoje é nome universalmente conhecido, porém enraizou-se mui lentamente, pois só é encontrado duas vezes no Novo Testamento.

Hoje entendemos que a igreja cristã é a igreja que reúne todos aqueles que espalhados pelo mundo inteiro, juntamente com os seus filhos professam a genuína religião, confessam o nosso Senhor Jesus cristo como seu salvador, vivem os seus ensinamentos e é o reino do Senhor Jesus Cristo, a casa e família de Deus.

A esta igreja, Cristo deu o ministério, os oráculos e as ordenanças de Deus para a incorporação e aperfeiçoamento dos santos nesta vida até o fim do mundo; e por sua própria presença e do Espírito, segundo sua promessa os torna eficiente para esse fim.

Ao lermos o texto de Mateus 16.18, podemos entender, quem foi o criador da igreja cristã, qual é a sua base e qual será a sua permanência.

"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

Quando Jesus diz a Pedro "sobre esta rocha edificarei a minha igreja", Ele está afirmando que o criador da igreja é Ele, um criador que não age apenas como um arquiteto, mas como um bom pastor, que reúne as suas ovelhas, conduzi-as para pastagens verdejantes e águas refrescantes e as fazem repousar seguras no aprisco.

A igreja é retratada pelo apóstolo Paulo em Colossenses como sendo o corpo de Cristo e Cristo zela por esse corpo e que Cristo é a cabeça da igreja, significando que Ele é o princípio o primogênito de entre os mortos para em todas as coisas ter a primazia. Ele é a base da igreja, a verdadeira igreja cristã está fundamentada em Cristo, sua base é cristo, seus ensinos são ensinos de Cristo, seus membros devem ser imitadores de Cristo.

Jesus também diz a Pedro que as portas do inferno não prevalecerão contra ela, percebemos que ao longo da história a igreja apesar de constantemente perseguida, ultrajada e humilhada, ela permanece firme no propósito de proclamar as boas novas do evangelho, permanece anunciando que Jesus veio para nos conciliar com Deus, pagando com o seu sangue a nossa reconciliação, anunciando que salvação só através da fé em Jesus, que é obra exclusiva da graça de Deus e não por nossos méritos.

Que apesar de lobos travestidos de ovelhas adentrarem em suas portas como joio no meio do trigo. Ele permanece fiel em sua palavra, não permitindo que as portas do inferno prevaleçam contra ela mantendo a esperança da volta do Senhor Jesus Cristo, onde a sua noiva reina triunfante com Ele.  SOLA GRATIA. Pb. Gilson dos Santos.

FONTES: Dicionário Internacional de Teologia de Lothar Coenen e Colen Brawn. Confissão de Fé de Westminster. 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O GRANDE PRIVILÉGIO DA ADOÇÃO

INTRODUÇÃO:

Amados, o objetivo deste breve comentário é mostrar ao leitor, o grande privilégio que os eleitos têm de serem chamados filhos de Deus, através da adoção, por intermédio do nosso senhor Jesus Cristo, privilégio esse que aparentemente nem aos anjos foram dados.  

A palavra para designar anjo no Antigo Testamento, significa simplesmente mensageiro. Normalmente, constituía-se um agente de Deus para cumprir algum propósito divino para a humanidade.

Em outras ocasiões, um anjo atuou na direção de uma pessoa para o fiel cumprimento da vontade de Deus. Outras vezes os anjos atuam como executores do juízo de Deus. Eles aparecem como interlocutor no livro de Zacarias. Um dos mais bonitos papéis dos anjos é no louvor. No Novo Testamento, a palavra grega "angelos" significa mensageiro.  

O teólogo e escritor Wayne Grudem em seu livro de Teologia Sistemática na página 617, faz o seguinte comentário:

Embora a adoção seja um privilégio que vem a nós ao mesmo tempo em que nos tornamos verdadeiros cristãos (Jo 1.12, Gl 3.36, 1 Jo 3.1-2) é contudo um privilégio distinto da justificação e da regeneração. Na regeneração tornamo-nos espiritualmente vivos, capazes de falar com Deus em oração e adoração e capazes de ouvir sua palavra com coração receptível.

Porém é possível que Deus tenha criaturas espiritualmente vivas e que, contudo, não são membros de sua família e não compartilham dos privilégios especiais de membros da família – os anjos, por exemplo, aparentemente se enquadram nessa categoria.

Portanto, teria sido possível para Deus decidir dar-nos regeneração sem o grande privilégio de adoção em sua família. Além disso, Deus poderia ter-nos dado a justificação sem o privilégio da adoção em sua família, porque, poderia ter perdoado dos nossos pecados e nos dado o direito legal de estar diante dele sem tornar-nos seus filhos.

É importante entender isso porque nos ajuda a reconhecer quão grande são os nossos privilégios na adoção. A regeneração tem que ver com nossa vida espiritual interior. A justificação tem que ver com nossa posição diante da lei de Deus.

Mas a adoção tem que ver com nossa comunhão com Deus como nosso Pai, e por causa da adoção são-nos dadas muitas das maiores bênçãos, das quais nos lembramos por toda eternidade.

Quando começamos a perceber a excelência dessas bênçãos e compreendemos que Deus não tem a obrigação de dar-nos nenhuma delas, então somos capazes de exclamar com o apóstolo João. "Vede que grade amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus, e, de fato somos filhos de Deus" (Jo 3.1)

Grudem, então faz o seguinte comentário: Embora tanto os anjos bons quanto os anjos maus sejam chamados "filhos de Deus" em certos lugares da Bíblia (Jó 1.6), esse é aparentemente um estado de filiação que vem do fato de Deus havê-los criado.

Não parece indicar que os anjos em geral (especialmente os anjos maus), compartilhem desse privilégio de serem uma família que recebemos como filhos de Deus, de fato Hb 2. 14-16 faz uma clara distinção entre nossa condição como filhos de Deus e a condição dos anjos.

Além, disso, os anjos não são jamais mencionados como membros da família de Deus e nunca se diz que tem os privilégios de família que pertencem como filhos de Deus.

"Visto, pois que, os filhos tem participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente. Participou, para que, por sua morte. Destruísse aquele que tem o poder da morte, a  saber, o Diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mais socorre a descendência de Abraâo". (Hb 2.14-16)

Wayne Grudem deixa a entender, que os anjos não fazem parte da família de Deus, pois foram criados para servir os propósitos divinos. Podemos comparar como um criado que serve uma família, porém não faz parte dessa família. SOLA FIDE. Pb GILSON DOS SANTOS.

FONTES: GRUDEM, Wayne. Teologia sistemática, Vida Nova, São Paulo, 1999. GARDNE R, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada, Vida, São Paulo.

A IGREJA DE HOJE E A IGREJA DO SÉCULO III

INTRODUÇÃO:

No ano de 295 D.C., O imperador Diocleciano assume o poder do império romano e divide o império em quatro partes,  Ilíria,  Itália, Gália e Nicomédia, que são governadas por quatro co-imperadores, respectivamente. O pai de Constantino, Constâncio é o imperador da Gália, Constantino logo se destaca como exímio soldado e grande estrategista, sendo educado no palácio imperial sob o olhar de Diocleciano.

No ano 306 D.C., Constantino vai ao encontro de seu pai na Gália, passando a combater junto a ele. Em uma revolta contra os bárbaros da Bretanha, seu pai já debilitado morre e ele é aclamado imperador da Gália pelas tropas, ato este que é aceito pacificamente.

Influenciado por sua mãe Fausta, a ambição de Constantino aumenta e ele parte para se tornar único imperador de todo o império. Em uma batalha contra o co-imperador de Roma Maxicêncio, conta-nos o historiador Euzébio de Cezaréia, que Constantino tem uma visão de uma figura no céu com as letras X e P, iniciais de Cristo em grego e uma frase: "Com esse símbolo vencerás".  Então manda pintar nos escudos dos soldados as letras X e P, vence a batalha e se declara cristão desde então.

Na realidade, ele vê essa atitude como uma oportunidade para ganhar a simpatia dos cristãos que crescia assustadoramente no império, apesar das grandes perseguições, tanto é que ele continua adorando o deus sol (invictos) e só na semana de sua morte ele é batizado.

Constantino implanta o cristianismo como religião do império sem contudo proibir a prática  de religiões pagãs. A igreja cristã deixa de ser perseguida, no entanto surgi uma forte hierarquia eclesiástica no seio da igreja, tornando-a fonte de poder, Jesus Cristo deixa de ser o cabeça da igreja, sendo a liderança da igreja atribuída a homens, dando assim abertura ao poder papal.

Do ponto de vista protestante, o papado não é uma instituição de origem divina, mas resulta de um longo e complexo processo histórico. As Escrituras não apontam esse ofício como uma ordenança de Cristo à sua igreja. Um fato indiscutível é que não houve episcopado monárquico no primeiro século, no âmbito do cristianismo as igrejas eram governadas por colegiados de bispos ou presbíteros. (At 20.17 ; Tt 1.5).

A igreja é invadida por práticas de heresias, como a introdução de imagens de santos, indulgências, rezas dedicadas a santos para interceder perante Deus, etc. A igreja se desvia de seus fundamentos e propósitos que era a divulgação do evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo para a salvação.

Podemos perceber o quanto isso trouxe grandes prejuízos para a igreja, no tocante ao seu verdadeiro propósito e essa influência se reflete até os nossos dias. Onde podemos comparar a igreja dos dias atuais com a igreja dos dias de Constantino.

A igreja Católica Apostólica Romana mantém praticamente o modelo implantado na época de Constantino, o papado se manteve dando poder total ao papa sobre a igreja, sua infalibilidade é mantida.

Nas igrejas ocorre a busca pelo poder; as novas indulgências são disfarçadas em vendas de rosas milagrosas, bastões do poder, fogueiras de Israel, água do rio Jordão e tantas outras. Hodiernamente, alguém que discorda da igreja, se afasta e funda uma nova igreja, homens se auto ordenam como pastores, esposas de pastores, que na maioria das vezes se auto ordenaram, são ordenadas pastoras. O evangelho passa a ser antropocêntrico deixando de lado a cruz de Cristo, distanciando de um culto Cristocêntrico.

CONCLUSÃO:

Apesar de tudo isso, assim como nos dias de Constantino onde a verdadeira igreja do nosso Senhor Jesus Cristo permaneceu fiel nas catacumbas de Roma, temos muitas igrejas, verdadeiras igrejas do nosso Senhor que estão firmes e fiéis, pregando a pura mensagem de salvação, através da obra redentora de Jesus na cruz do calvário para todos que nele crer. SOLI DEO GLORIA. Pb. Gilson dos Santos.

FONTES: O Livro dos Mártires de John Fox, A Caminhada Cristã na História de Alderi Souza de Matos.