sábado, 23 de junho de 2012

AS PRIMEIRAS PERSEGUIÇÕES DE ROMA AOS CRISTÃOS

"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".  (Mt 16.18).

INTRODUÇÃO:

Durante os três primeiros séculos da era cristã, os cristãos foram duramente perseguidos e torturados até a morte. Eles eram encarcerados, jogados aos leões e feras, mortos por gladiadores, crucificados, feitos tochas humanas, atirados aos cães, jogados de despenhadeiros, colocados em fogueiras e queimados vivos, toda sorte de atrocidades e crueldades eram praticadas contra os que se declarassem seguidores de Cristo;

A primeira grande perseguição contra os cristãos, aconteceu no ano 67 D. C. pelo imperador Nero, após promover inúmeras atrocidades e incendiar Roma, percebendo que sua conduta era censurada pelo povo, colocou culpa nos cristãos, Iniciando assim grande perseguição aos mesmos.

Vestiam-nos com peles de animais e atiravam aos cães para serem devorados, embebiam com óleo e pendurava em postes ateando fogo para servirem de tochas humanas. O Coliseu de Roma era palco das mais perversas crueldades contra os cristãos. Essa carnificina servia de diversão para o imperador e pagãos.

Neste período, foram martirizados os apóstolos Pedro e Paulo, bem como Erastos tesoureiro de Corinto; Aristarco, o macedônio; Trófimo de Éfeso; José, também chamado Bersabás; Ananias, o bispo de Danasco, e cada um dos setenta.

A segunda grande perseguição ocorre no reinado de Domiciano, no ano 81 D.C.

Matou seu irmão, alguns senadores e outros tantos para confiscar os seus bens, iniciando em seguida perseguição aos cristãos. Determinou a execução de todos os pertencentes a linhagem de Davi. Editou a lei que dizia que nenhum tribunal, fique isento de castigo, sem que renuncie sua religião.

Dentre os numerosos martirizados destacamos: Simeão, bispo de Jerusalém; Dionísio o areopagita; Nicodemos; Timóteo, o celebre discípulo de Paulo.

No reinado de Tirano, ocorre a terceira perseguição aos cristãos, onde milhares foram mortos, jogados às feras ou crucificados. Dentre os martirizados temos: O bem-aventurado Inácio, que na ora de sua morte disse: "sou o trigo de Cristo, vou ser moído com os dentes de feras, para que possa ser achado pão puro".

Adriano, o sucessor de Tirano, continuou as perseguições, muitos foram crucificados no monte Ararate, coroados de espinhos e transpassados por lanças.

Foram martirizados Alexandre, o bispo de Roma e seus dois diáconos Quirino e Hernes com suas famílias e cerca de dez mil cristãos.

A quarta perseguição ocorre no reinado de Marco Aurélio em 162 D.C. Foi duro e feroz contra os cristãos, alguns dos mártires eram obrigados a passar com os pés já feridos em espinhos e conchas afiadas, outros eram açoitados até que seus tendões e veias ficassem expostos, depois de terem sofrido os mais atrozes tormentos, eram mortos das maneiras mais terríveis.

Foram martirizados: Policarpo, o bispo de Esmirna que dissera no momento de seu martírio, "durante oitenta anos tenho servido a Cristo e nunca me fez mal algum, como blasfemaria eu contra o meu Rei, que me tem salvado?"

A quinta perseguição ocorre sob o reinado de Severo.  Embora tenha sido curado de uma enfermidade terrível sendo tratado por um cristão, Severo cedeu as pressões dos pagãos e promoveu grande perseguição aos cristãos que eram tidos como culpados por qualquer desgraça acidentais que sobrevinham, essa perseguição ocorre em 192 D.C.

Foram martirizados: Victor, bispo de Roma; Leônidas, pai de Origenes. Plutarco e Sereno, Heron e Heraclides foram decapitados; Irineu, bispo de Leon, na França foram grandes as perseguições impostas pelos romanos.

Em 255 D.C. começou sob o comando de Maximino uma nova perseguição. O governador de Capadócia Seremiano fez todo possível para exterminar os cristãos daquela região.

As principais pessoas a morrer nesse reinado foram: Pontiano, bispo de Roma e seu sucessor Anteros; Pamaquio e Quirito, senadores com suas famílias; Simplício; Calepódio que foi lançado no rio rio Tibre.

A sétima perseguição ocorreu sob o reinado de Décio. Motivado por seu ciúme ao grande crescimento do cristianismo e por inveja de seu antecessor Filipe, considerado cristão.

Os pagãos em geral tencionavam por em prática os decretos imperiais e consideravam o assassinato de cristãos como um mérito para si próprio. Os mártires foram inumeráveis, dentre eles destacamos: Fabiano, bispo de Roma; Orígenes, em Alexandria; Julião, nativo da Cilícia; Pedro, um jovem que foi decapitado por se recusar a sacrificar a Vênus. Na ilha de Creta, o massacre foi tanto que rios de sangue corriam nas ruas.

Gallo, depois de concluir suas guerras, deparou-se com uma praga no império, então mandou prestar sacrifícios a deuses pagãos desencadeando novas perseguições aos cristãos, desde a capital do império até as províncias mais afastadas.

Valeriano promove a oitava perseguição aos cristãos no ano de 257 D.C. que durou três anos e dez meses. Foram inumeráveis os martírios dessa perseguição, suas torturas e mortes eram variadas e penosas.

A nona perseguição ocorreu no reinado de Aureliano, em 274 D.C. Os dois mártires desta perseguição foram: Felix, bispo de Roma e Agapito, um jovem cavalheiro que vendera suas posses e dera aos pobres. Conta-nos a história que um exército de seis mil homens cristãos (Legião Tebana) foram dizimados por se recusarem a sacrificar e fazer os juramentos proposto pelo imperador Maximiano.

A décima perseguição ocorre no reinado de Deocleciano, no ano 303 D.C. A era dos martírios foi ocasionada em parte pelo crescimento do numero de cristãos e do crescimento de suas riquezas que despertou o ódio e a inveja dos imperadores pagãos.

No ano de 313 D.C., Constantino, sendo encurralado em uma emboscada ao alhar para o céu vê uma luz que refletia as letras X e P iniciais do Cristo em grego, e uma inscrição que dizia que sob esse símbolo ele venceria, então a partir daí ele ordena que todo o império passasse a ser cristão.

Constantino foi um imperador sanguinário, mandou matar sua esposa Fausta e seu filho mais velho Crispo. Ele realiza uma grande estratégia para unificar o império que estava fragmentado, buscando aliar-se aos cristãos, apesar disso continuou adorando o deus sol e só foi batizado poucos dias antes de sua morte, com medo de ir para o inferno.

CONCLUSÃO:

O império deixou de perseguir a igreja, Satanás muda de estratégia, aliando-se a ela fazendo com que a igreja acumulasse riquezas, títulos e nobreza. O dirigente da igreja passou a ser o homem, instituindo-se o clero tendo como dirigente máximo o papa, sua infalibilidade é apregoada e o clero passa a ocupar lugar de destaque na sociedade. Cristo fica de lado.

Propicia-se a entrada de heresias pagãs na igreja, diminuindo consideravelmente o ritmo de seu crescimento. Entretanto a verdadeira igreja do nosso Senhor Jesus Cristo, a noiva sem mácula, com vestes branqueadas pelo sangue do Cordeiro, essa permaneceu fiel, nas catacumbas de Roma, pois as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela. SOLI DEO GLORIA. Pb. Gilson dos Santos.

FONTE: FOX, John. O Livro do Mártires, CPAJ, Rio e Janeiro, 2012.

sábado, 16 de junho de 2012

O TRIBUNAL DE CRISTO E O GRANDE TRONO BRANCO

INTRODUÇÃO:

As Escrituras afirmam o fato de que haverá um grande julgamento final, de crentes e de incrédulos. Eles ficarão de pé diante do trono de julgamento de Cristo em seu corpo ressurreto e ouvirão a proclamação do seu destino eterno. (Wayne Grudem).

Na verdade, há um sentido no qual as pessoas são julgadas já na presente vida, pala respostas delas a Cristo. Lemos em Jo 3.18:

 "aquele que nele crê não é condenado (ou julgado, aquele que não crê já está condenado (julgado), porque não creu no nome do unigênito filho de Deus"

Veja também Jo 3.36 e 5.24, em outras palavras, um julgamento divino, recai já agora sobre aqueles que recusam crer em Cristo. Mais a Bíblia também ensina que haverá um julgamento final no fim da história. (Anthony A. Horkema).

O juízo final é descrito com grande vivacidade na visão de João em apocalipse. (Ap 20. 11-15). Outras passagens falam de um modo claro sobre um dia vindouro de julgamento (Mt 10.15; 11.22,24; 12. 36; 25.31-46; 1Co 4.5; Hb 6.2; 2Pe 2.4; Jd 6 e tantos outros).

Uma pergunta, entretanto, nos leva à reflexão: Haverá mais de um julgamento? Vejamos algumas opiniões.

De acordo com o pensamento dispensacionalista, há mais de um julgamento que está por vir. Eles não vêm o juízo final em Mateus 25. 31-46 como descrevendo o juízo final (o grande trono branco) mencionado em Ap 20. 11-15, mas sim a um julgamento posterior à tribulação e anterior ao início do milênio.

Dizem que este será um "julgamento das nações" em que elas serão julgadas de acordo com o modo pelo qual tiveram tratado o povo judeu durante a tribulação. As que tiverem tratado bem os judeus e estiverem dispostas a se submeterem a Cristo, entrarão no milênio, e as que não tiverem terão negada a entrada.

Na perspectiva dispensacionalista teremos vários tribunais (julgamentos):

·           O julgamento das nações (Mt 25. 31-46), para determinar quem entra no milênio.

·           O julgamento das obras dos crentes (chamado de julgamento bena por causa da palavra grega traduzida por tribunal), será para entrega de galardões aos crentes (2Co 5.10).

·           O julgamento do grande trono branco, ao final do milênio, para declarar o castigo eterno para os incrédulos (Ap 20.11-15).

Podemos então notar que para os dispensacionalistas, há uma grande diferença entre o tribunal de Cristo e o grande trono branco.

1-O TRIBUNAL DE CRISTO.

O tribunal de Cristo será o tribunal onde a igreja irá comparecer para que cada crente receba os galardões conforme o que tiver feito por meio do corpo ou bem ou mal. Cristo julgará a sua igreja.

O tribunal de Cristo não será o juízo final (o grande trono branco), não será para julgar pecados, pois será para os salvos (Jo 1.7), não será para condenar (Rm 8.1), a igreja será julgada (2Co 5.10), em seu sofrimento (Mt 5.11-112), em seu trabalho (2Co 15.48).

Não podemos confundir salvação com galardão. Salvação nos é dada através de Jesus Cristo, no calvário, para todo aquele que nele crê. O galardão será uma recompensa pelo trabalho executado aqui pelo reino de Deus (2Co 5.10).

2-O GRANDE TRONO BRANCO

As Escrituras se referem a este terrível e grande dia, o dia do juízo final (o grande trono branco). O trono branco é a representação do grande e infinito poder de Deus é a representação da justiça implacável de Deus, revelada à humanidade.

Este julgamento foi determinado pelo Senhor (At 17.10), onde Jesus Cristo será o grande juiz (At 17.31), será individual (Ap 20.12), será para os ímpios e pecadores (Ap 21.18), serão julgados segundo as suas obras (Ap 20.13).

CRÍTICA AO PENSAMENTO DISPENSACIONALISAS

Segundo Wayne Grudem Mateus 25.31-46, 2Co 5.10 e Apocalipse 20.11-15, todas essas três passagens falam dum mesmo juízo final e não de três julgamentos separados.

Com relação a Mt 25.31-46-ele comenta:

1.  É improvável que a visão dispensacionalista esteja correta. Não há nenhuma menção de entrada do milênio nessa passagem, além disso os julgamentos pronunciados tratam não da entrada no reino milenar sobre a terra, ou da exclusão deste, mas sim do destino terreno das pessoas, é só ler atentamente os versículos 34, 41 e 46 e isto estará bem claro.

2.  Por fim, Deus seria incoerente com os seus costumes revelados através das Escrituras se ele lidasse com o destino eterno das pessoas tomando por base a nação ao qual elas pertencem, pois nações incrédulas têm crentes no meio delas e para com Deus não há acepção de pessoas (Rm 2.11).

3.  Embora de fato todas as nações estejam reunidas perante o trono de Cristo nesta cena (Mt 25.32) o quadro do juízo é de julgamento de indivíduos (as ovelhas são  separadas dos cabritos) ovelhas e cabritos representam indivíduos e não nações, os indivíduos que tratam com bondade os irmãos de Cristo são acolhidos com alegria no reino, enquanto aqueles que os rejeitam serão rejeitados v 35-40 e v 42-45.

SEGUNDO O TEÓLOGO LOUIS BERKHOF

Segundo Berkhof, não haverá três ou mais julgamentos. Ele faz o seguinte comentário, no seu livro de Teologia Sistemática, na página 673:

1.     Devemos notar que a Bíblia sempre fala do juízo futuro como um só evento. Ela nos ensina a guardar não dias, mais o dia do juízo (Jo 5.28,29; At 17.31;  2Pd 3.7, também chamado "aquele dia" (Mt 7.22; 2Tm 4.8) e "o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus" (Rm 2.5).

2.     Além disso, há passagens nas Escrituras que evidenciam abundantemente que os justos e os ímpios comparecerão juntos no juízo para uma separação final (Mt 7.23; 25.31-46; Rm 2.5-7;  Ap 11. 18; Ap 20.11-15).

3.     Ademais, deve-se notar que o julgamento dos ímpios é descrito como um concomitante da parusia e também da revelação (2Ts 1.7-10; 2Pe 3. 4-7. E finalmente, deve-se ter em mente que Deus não julga nações como nações quando estão em pauta questões eternas, mas somente indivíduos e que uma separação final dos justos e dos ímpios, não tem a menor possibilidade de ser feita antes do fim do mundo.

SEGUNDO O TEÓLOGO E ESCRITOR ANTHONY A. HOEKEMA

Segundo Hoekema, em seu livro A Bíblia e o Futuro na página 341, ele faz o seguinte comentário: O ensino bíblico acerca da ressureição geral implica que haverá apenas um juízo final, não vários julgamentos diferentes, pois é dito que o juízo final se seguirá á ressureição.

CONCLUSÃO:    

Pelo presente estudo, podemos concluir que há divergências entre os teólogos que buscaram tratar deste assunto, uns acreditam que só haverá um julgamento, um único tribunal este é um pensamento dos teólogos da linha reformada, outros teólogos acreditam que haverá vários julgamentos, em épocas diferentes, essa linha é defendida por grande parte dos teólogos dispensacionalistas.

Com quem está a razão? Creio que a melhor maneira de respondermos a esta pergunta é nos aprofundarmos mais no estudo das Escrituras e buscarmos, além do racional (através da erudição), a ajuda indispensável e eficaz do Espírito Santo. E com certeza, na glória teremos a resposta verdadeiramente correta.  SOLA SCRIPTURA Pb. GILSON DOS SANTOS

FONTES: GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática, Vida Nova, São Paulo, 1999, BERKHOF, LOUIS. Teologia Sistemática, Cultura Cristã, São Paulo, 2001, HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o Futuro, Casa Editora Presbiteriana, 1989, CLARK, David S. Compêndio de Teologia Sistemática, Cultura Cristã, São Paulo, 1988, STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática, Editora Hagnos, São Paulo, 2007.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A ORAÇÃO DOMINICAL

TEXTO: Mt 6.9-14

"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome; venha o  teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém. Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará".

INTRODUÇÃO:

Neste texto Jesus ensina aos seus discípulos o verdadeiro significado da oração e as atitudes do crente no momento da oração. Jesus, não contrária os ensinos da Torá, mas enfatiza a necessidade da oração ser sincera. Provavelmente os apóstolos esperavam que Jesus confirmasse a oração do Shema, " ShemaYisroel Adonai Elohenu Adonai Echad..." (Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor...). Ele então supera essa expectativa e passa a ensinar a oração do Pai Nosso.

LIÇÕES DA ORAÇÃO DO PAI NOSSO:

I-                 O significado de Pai nosso. Redenção, autoridade, adoração e que toda oração deve ser direcionada para o Pai, que Deus é Deus amoroso que nos trata como filhos, com amor e disciplina, nos dando liberdade de chamá-lo de Pai, pois em Cristo somos feitos seus filhos. É Deus quem inclina seus ouvidos para ouvir as orações dos que lhe pertence.v9

II-                   Governo e submissão são ensinados no versículo 10. Para o judeu desejar a vinda do reino de Deus era a mais pura e alta expressão de amor e submissão a Deus;

Nos ensina, que Deus é soberano sobre tudo e sobre todos, que sua vontade sempre prevalecerá, e ela é boa agradável e perfeita, ainda que para nós às vezes não pareça.

III-                  Jesus nos ensina provisão sustento por parte do Pai, no versículo 11 isto fica bem claro. O nosso Deus conhece todas as coisas, conhece as nossas necessidades, e nos dá o sustento, material e espiritual, não devemos andar ansiosos com que havemos de vestir ou comer, pois o nosso Pai nos sustenta. Assim como veste os lírios do campo e dá de comer às aves do céu.

IV-               Jesus nos ensina sobre o perdão e a necessidade de perdoarmos a quem nos ofende, no versículo 12. O perdão refrigera a alma, dignifica o homem nos humaniza, conduze-nos para a santificação, nos credencia ao ensino e nos outorga autoridade.

V-           Jesus nos ensina que Deus nos protege e nos liberta. Ele nos livra do laço do passarinheiro, das armadilhas do inimigo, das tentações do mundo, da inclinação da carne, e nos liberta das mãos de Satanás.

CONCLUSÃO:

Com este texto aprendemos,que nossas orações devem ser dirigidas ao Pai, que devemos santificar o seu nome, a estarmos sempre confiantes em Deus, Ele reina sobre todo o universo, Ele governa e dirige, Ele nos sustenta, nos guarda e nos liberta  e que devemos perdoar o nosso próximo como o Pai nos perdoa. Portanto toda honrra, toda glória, sejam tributadas ao Senhor. SOLI DEO GLORIA. Pb. Gilson dos Santos

JESUS CRISTO O MESSIAS

INTRODUÇÃO:

Certamente você já ouviu falar de Jesus cristo. Não há quem se compare a ele na história da humanidade. Porém só ouvir falar é muito pouco, é preciso conhecê-lo, vamos nessa matéria procurar conhecer um pouco de Jesus e de suas naturezas.

1-     O NOME JESUS:

O nome Jesus é a forma grega do hebraico "Jehoshua, Jeshua" (forma normalmente usada nos livros  históricos  pós exílio) e a forma grega do hebraico "Josué Yahweh" (o Senhor salva) .

O nome do nosso Senhor foi denominado Jesus, de acordo com as indicações do anjo  a José (Mt 1.21) e a Maria (Lc 1.31). Quando aplicado a qualquer criança esse nome representa meramente a fé que os seus pais tinham em Deus como salvador de seu povo, ou a sua fé na futura salvação de Israel. Em relação ao filho de Maria designava a missão especial que ele vinha cumprir.

"E lhe chamarás por nome Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos pecados dele", (Mt 1.21).

2-     O NOME CRISTO:

Se Jesus é o nome pessoal, Cristo é o nome oficial do Messias. É o equivalente a "mashiach" do Antigo Testamento (de maschach, ungir) e, assim significa o ungido. Normalmente os reis e sacerdotes eram ungidos durante a antiga dispensação (Ex 29.7, Lv 4.3, Jz 9.8, 1Sm 9. 16).

Somente um exemplo de unção de profeta está registrada em 1Rs 19.16. O antigo Testamento se refere à unção do Senhor em Sl 2.2 e 45.7. O novo Testamento em At 4.27 e10.38. Cristo foi instalado em seus ofícios ou designados para estes desde a eternidade, mas historicamente a sua unção se efetuou quando Ele foi concebido pelo Espírito Santo em Lc 1.35 e quando recebeu o Espírito Santo por ocasião do seu batismo Mt 3.16, Mc 1. 10, L 3.22, Jo 1.3.

A palavra Cristo quando empregada pelos escritores do Novo Testamento, tem o artigo determinativo e quer dizer o Messias do Antigo Testamento Mt 16.16, Mc  8.29, Lc3.15.

3-     MESSIAS X JESUS:

Quando Deus prometeu a Davi que o trono e o cetro permaneceriam na sua família para sempre (2 Sm 7.13), a palavra ungido  adquiriu uma referência especial  aos representantes da linha real de Davi (Sl 2,2) .

Quando as profecias começaram a anunciar a vinda de um rei procedente da linhagem de Davi, que seria o libertador do seu povo (Jz 23.5,6), cuja geração é desde o princípio, desde a eternidade (Mq 5.2-5), que se assentará sobre o trono de Davi  para sempre (Is 9.6,7), a esse pertence - por excelência - o título de Messias (Dn 9. 25,26).

Jesus Cristo é o Messias que havia de vir. Como comprovamos palas evidências Bíblicas.

·           Semente da mulher (mas não do homem), essa profecia se cumpriu (Gn 3.15, Mt 1.18,-25), no seu nascimento virginal.

·           Semente de Abraão (Gn 22.18), da tribo de Judá (Gn 49.10), profeta semelhante a Moisés (Dn 18.15).

·           Filho de Davi (Is 11.1).

·           O tempo de seu aparecimento. Enquanto estivesse de pé o segundo templo (Ag 2.9, Mt 4.1).

·           Lugar de nascimento, (Belém) . (Mq 5.2).

·           Precedido de um precursor ( Is 40.3).

·           Declarado Divino (Is9.6, Is7.14), Pai da eternidade, Emanuel".

·           Natureza de seu ministério (Is 61.1-3, Lc4. 18-21).

·           Sua crucificação (Sl 22).

·           Seu sacrifício vicário (Is 53).

Todos esses aspectos da profecia se cumpriram em Jesus Cristo e não se pode aplicar a nenhum outro.

4-     O NOME EMANUEL (DEUS ESTÁ CONOSCO):

Mencionado quatro vezes na Bíblia (Is 7.14, 8.8 e 10, Mt  1.23), o nome significa Deus está conosco e indica que a pessoa demonstrava a presença especial de Deus com seu povo.

Para nós cristãos, o termo Emanuel se refere ao próprio Jesus Cristo. Mt 1.23 declara que o nascimento virginal de Jesus, cumpriu a profecia de Is 7.14 . "A virgem conceberá e dará a luz a um filho e será o seu nome Emanuel". Mt 1.23 explica que Jesus era a explicação definitiva da presença de Deus no meio de seu povo.

A presença de Deus conosco é um conceito fundamental em todo o Antigo Testamento. O Senhor é mencionado como o que habita no meio de seu povo pelo menos 89 vezes.

A presença de Deus no meio de seu povo também é um conceito vital no Novo Testamento. Jesus cumpriu Ísaias 7.14 porque Ele era a plena demonstração da presença do Senhor no meio do seu povo, em seu ministério terreno, Cristo tornou-se o Deus encarnado que viveu entre nós (Jo 1.14).

Jamais o Senhor se identifica tão intimamente com o povo de sua aliança. Depois de sua ascensão, Jesus enviou o Espírito Santo para estar com o seu povo. (Jo. 14.16). Por meio da terceira pessoa da Trindade, Cristo está no meio da igreja, para protegê-la e abençoá-la. (Mt 28.20). E após o julgamento final, Jesus estará para sempre no meio do seu povo num novo céu e numa nova terra. (Ap 21.3).

5-     A HUMANIDADE DE JESUS

Desde os primeiros tempos (concílio de Calcedônia), a igreja confessa a doutrina das duas naturezas de Cristo. Ou, seja, cem por cento Deus e cem por cento homem.

A natureza humana de Cristo é confirmada por diversos aspectos:

·           Cristo tinha um corpo humano, podia ser visto, sentido, apalpado (1 Jo1.1).

·           Ele nasceu, cresceu e alcançou a maturidade, apareceu em forma de homem, comeu, bebeu, dormiu.

·           Ele foi chamado, Jesus Cristo, homem (1Tm2.5) e também o Filho do Homem, Semente da Mulher, Filho de Davi.

·           Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo,...( Lc 24.39)

·           Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi, segundo a carne (Rm 1.3).

·           E crescia Jesus em sabedoria, em estatura, e em graça para com Deus e os homens, (Lc 2.52). Ele amou, chorou, simpatizou, teve todos os sentimentos próprios de um homem.

·           Se Jesus Cristo não tivesse uma alma humana extremamente como tinha um corpo humano não poderia ser verdadeiramente um homem.

6-     A DIVINDADE DE JESUS.

Ele era Deus a segunda pessoa da trindade.

6.1 O PRÓPRIO JESUS CONFIRMA:

a) "Eu saí e vim de Deus" Jo 8.38

b) "Eu e o Pai somos um". Jo 10.30

c) "O Pai está em mim e eu nele". Jo 10.38

d) Ele aceita e confirma a confissão de Pedro, em Mateus 26.17

6.2 OS APÓSTOLOS ENSINAM:

a) "Chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, (Deus conosco) Mt 1.23

b) "O Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus" Lc 1.35

c) "E o verbo se fez carne e habitou entre nós... O unigênito do Pai" Jo 1.14

d) "Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" Cl 1.16

As duas naturezas de Cristo são a alma humana com suas faculdades e a substância divina com seus atributos. Essas duas naturezas se acham juntas na pessoa de Cristo. SOLA CRISTOS. Pb. Gilson dos Santos

FONTES: TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE LOUIS BERKHOF, TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE DAVID S. CLARK, TEOLOGIA SISTEMÁTICA DE AUGUSTUS HOPKINS STRONG, QUEM É QUEM NA BÍBLIA SAGRADA DE PAUL GARDNER, DICIONÁRIO DA BÍBLIA DE JOHN D. DAVIS.

terça-feira, 12 de junho de 2012

UNÇÃO COM ÓLEO

Ao amado.

Escrevo este breve estudo com o propósito de analisarmos a prática da unção com óleo com o fim de realização de curas, outro sim, esclareço que tal assunto traz divergências entre grandes teólogos, que com certeza são verdadeiros homens de Deus.

Entretanto, não podemos nos apoiar neste argumento e deixarmos de examinar as Escrituras com profundidade e responsabilidade, buscando entender o que os escritores sagrados pretendiam ensinar à igreja com respeito ao uso do óleo. 

Creio que Deus pode agir transmitindo curas ao homem, pois Ele criou e governa todas as coisas. "E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis" (Mt 21.22). (A ênfase aqui é na oração e na fé). "E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho." (Jo 14.13) (A ênfase aqui é no Filho, para a glória do Pai).

Creio que a Bíblia Sagrada é a revelação de Deus para os regenerados (revelação especial) e que a natureza revela a obra das mãos de Deus (revelação geral), que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, e suficiente para os propósitos da revelação. "Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra e, luz para os meus caminhos" (Sl 119.105).

Faremos algumas considerações que nos levarão a reflexões importantes em relação à unção com óleo para fins de curas, quer no âmbito físico ou mental (depressão, ansiedades, pânicos, etc).

Iremos fazer um estudo, mostrando o significado de algumas palavras, portanto recomendo ao amado que fique de posse de sua Bíblia.

Tomaremos como base o texto que se encontra em Tiago 5.14, auxiliado por outros textos, como, Marcos 6.13 e Lucas 10.34 onde encontramos a parábola  do bom samaritano aplicando óleo nos ferimentos de homem que caíra nas mãos de salteadores (princípio exegético dos textos paralelos).

"Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor". (Tg 5.14)

"Expeliam muitos demônios e curavam numerosos enfermos, ungindo-os com óleo".(Mc 6.13)

"E chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhe óleo e vinho" (Lc10.34).

O óleo de oliva era tido como remédio. De fato, nos tempos bíblicos o uso de óleo como medicamento era universal. Observe como exemplo Mc 6.13 e Lc 10. 34. Isaías lamentava a condição do povo de Deus que ele descreveu como uma pessoa machucada cujas feridas não foram amolecidas (tratadas com óleo). Is 1.6.

"Desde a planta dos pés até a cabeça não há nele coisa sã, senão fendas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem amolecidas com óleo". Is 1.6

Observando atentamente os textos, percebemos que Tiago (Tg 5.14) não tinha em mente mágica nenhuma, quando mencionou o uso de óleo. Como questão de fato, Tiago não escreveu sobre nenhum tipo de unção cerimonial.

A palavra grega "ungir" (aleipho) empregada por Tiago, não indica unção cerimonial (explicarei mais adiante), pois a palavra comumente usada para unção cerimonial era chirio (cognata de christós) "ungido" - Cristo o ungido. Em contraste com a palavra "chrio" (ungir) o vocábulo utilizado por Tiago (aleipho) geralmente, significava friccionar ou simplesmente "aplicar" loções e perfumes que em geral tinham uma base de óleo.

O termo se relaciona com lipos (gordura) e era empregada até significando argamassa para paredes. O vocábulo cognato exaleipho, intensifica o conceito de esfregar ou aplicar óleo, e dá a ideia de untar, raspar.

O termo "aleipho" ocorria muitas vezes nos tratados de medicina. Assim é que vem a tonaque o que Tiago pretendia com o uso do óleo, era o emprego dos melhores recursos médicos daquele tempo.

Tiago simplesmente disse que se aplicasse óleo (frequentemente usado como base de misturas de várias ervas medicinais) no corpo e que se fizesse oração. O que Tiago defendia era o emprego da medicina aceita e consagrada.

Nessa passagem (Tg 5.14) ele apregoou que as doenças fossem tratadas com recursos médicos acompanhados de oração. Ambos os elementos devem ser usados juntos; nenhum deles deve excluir o outro. Aí está a razão por que Tiago disse que a oração da fé cura o doente. (Tg 1.15)

Muitos afirmam que o óleo é apenas um símbolo, que não exerce nenhum poder direto no processo da cura, outros fazem consagração do elemento óleo com o propósito de torná-lo diferenciado (sagrado).

E eu pergunto: Não estamos vivendo na era da graça? Então porque carecemos de simbolismo, como se ainda andamos debaixo da lei? Se o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). Os símbolos sacramentais que temos na era da graça são, água, no batismo e os da Santa Ceia.

Ainda tomando como exemplo o nome Cristo, se Jesus é o nome pessoal, Cristo é o nome oficial do Messias. É o equivalente a mashiach do Antigo Testamento (de maschach, ungir) e assim significa "o ungido".

Normalmente, os reis e sacerdotes eram ungidos durante a antiga dispensação, Ex 29.7, Lv 4.4, Jz 9.8, Sm 9.16. O rei era chamado o ungido de Jeová,  1Sm 24.10. Somente um caso de unção de profeta está registrado, 1Rs 18.16, mas provavelmente há referências a isto em Sl 105.15 e Is 61.1.

O óleo usado na unção desses oficiais simbolizava o Espírito de Deus, Is 61.1,Zc  4. 1-6 e a unção representava a transferência do Espírito para a pessoa consagrada, 1Sm 10.1. A unção era sinal visível de designação para um ofício, estabelecimento de uma relação sagrada e o resultante do caráter sacrossanto da pessoa ungida. "Sm 24.6, 2Sm 1.14 e também comunicação do Espírito ao ungido, 1Sm 16.13.

A prática de se ungir irmãos com óleo, na busca de curas para enfermidades é questionável, não estamos mais vivendo na velha aliança, estamos na nova aliança, devemos prestar um culto racional a Deus e a razão  leva-nos ao zelo e o zelo conduzi-nos ao estudo e o estudo nos leva para o conhecimento da verdade, que deve ser pregada, ensinada e praticada.

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". Jo 8.32 (JESUS CRISTO, a verdade verdadeira). A fim de não sermos levados por qualquer vento de doutrina, permanecendo fieis às Doutrinas Bíblicas tão bem expostas ao pregador e a nós outros, quando se aplicam corretamente os princípios da hermenêutica e da exegese, acompanhadas da unção do Espírito Santo e da piedade.

Na história, o homem sempre buscou sinais visíveis para firmar uma relação com o Deus que é invisível, demonstrando a fragilidade de sua fé.

E como um eterno aprendiz, coloco-me pronto para qualquer ensinamento, desde que estejam realmente fundamentados na Sagrada Escritura e obedeçamos  os princípios da autoridade interna, do contexto, dos textos paralelos, da autoridade do texto, da interpretação do texto, etc.

É bom lembrar que este escrito trata-se de um estudo e como todo estudo está sujeito a avaliações, criticas e reformas, desde que verdadeiras. (SOLA SCRIPTURA) Pb. Gilson dos Santos.

FONTES: Teologia Sistemática de Louis Berkhof, O Conselheiro Capaz de Jay E. Adams, O Novo Testamento Interlinear Analítico Grego-Português de Paulo Sergio e Odayr Ollivetti.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

JESUS CRISTO ESTÁ DE FÉRIAS

Vocês sabiam que muitos pregadores deram férias para o nosso Senhor Jesus cristo? Talvez seja porque esses pregadores estejam preocupados com as tarefas exaustivas de Jesus, pois afinal de contas ele trabalha desde a fundação do mundo.

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o verbo era Deus".

Na criação Ele estava lá," "No princípio criou Deus os céus e a terra". (Gn 1.1).

 Na criação do homem Ele estava lá,"Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". (Gn'.26a).

Jesus disse:"meu pai trabalha até agora e eu também trabalho" (Jo 5.17).

Provavelmente esses pregadores em uma crise transbordante de "piedade" deram férias para Jesus, e o pior é que essas férias foram compulsórias, sem chances de recusa, e no pacote de piedade alguns também deram férias ao Espírito Santo.

O interessante é que o lugar de Jesus foi imediatamente substituído, sabe por quem? Pelo homem, é isso mesmo pelo homem, e em alguns casos pelo próprio pregador.

Alguns pregadores tratam Jesus como "eminência parda", o coloca em uma cadeira lá no cantinho do púlpito, sem direito a falar nada, a não participar de nenhum momento do culto, outros o colocam no último banco da igreja, como um mero ouvinte e outros tantos nem o permitem entrar na igreja, ele fica do lado de fora, e de preferência bem longe.

Observem que estamos falando de pregadores, não estamos falando de igrejas, pois a igreja pertence ao nosso Senhor Jesus.

Vocês já perceberam alguns ditos que mostra o quanto a igreja é atribuída ao homem, por exemplo: "Eu sou membro da igreja do pastor fulano,". Quem disse que a igreja é do pastor fulano? A Bíblia por acaso se refere assim ao falar das igrejas? Claro que não! Ela se refere à igreja de Tessalônica, de Laudiceia, de Éfeso e assim por diante. Ela nunca se refere à igreja de Paulo, de Timóteo, De Barnabé.

Cristo, ele é a cabeça da igreja, o apóstolo Paulo deixa isso bem claro ao escrever aos coríntios.

"Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter primazia". (Cl 1.18).

Isso significa Que Jesus é o líder da igreja. Ele sempre ocupará o lugar de destaque, que em todas as coisas Ele tem primazia, Ele será o primeiro. Deus não divide sua glória com ninguém. Além do que, as portas do inferno, jamais prevalecerão contra a igreja.

Pregar é uma das mais árduas e gloriosas tarefas reservadas ao ser humano já dizia John Stott, baseado nas palavras de Paulo.

"Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, os que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel". (1Co 4.1-2).

A palavra que foi traduzida como ministro no original é "upereta", que significa: O mais inferior dos servos, que deveria prestar serviços até mesmo antes de morrer.

O pregador é um despenseiro dos mistérios de Deus, ou seja, da auto-revelação que Deus confiou aos homens e é preservada nas Escrituras. Isso significa que o pregador tem a responsabilidade de se colocar diante das pessoas para falar em nome de Deus. O pregador tem que ser encontrado fiel (pistos). Fiel às Escrituras. Ele não pode falar de si, jamais um culto poderá ser para exaltar o pregador como muitas vezes temos presenciado.

Sabemos que Deus jamais divide sua glória com quem quer que seja, quem somos nós, se não trapos de imundícias, trapos de imundícias irmãos, são trapos sujos de sangue oriundos de mulheres em dias de menstruação, que na época eram consideradas impuras, imundas. É só olhar, pesquisar no original.

Se querem homenagear o pregador ou quem quer que seja, que é justo e salutar, que o façam, mas fora do culto, o culto é para Deus, e sempre deverá apontar para a cruz de Cristo, se não for assim não é culto, é apenas um discurso.

Alguns pregadores usam um chavão interessante, porém muito sério e perigoso, costumam dizer: Hoje Deus me falou! Sabe porquê falam assim? Porque é uma técnica de convencimento, que impossibilita aos menos preparados qualquer tipo de questionamento, pois quem vai questionar uma coisa que supostamente foi atribuída a Deus? Como diria Boris Casoy, "isso é uma vergonha".

Creio que Deus pode falar aos homens, porém sabemos que o meio próprio para sua comunicação é a sua Palavra, as Escrituras Sagradas; Cristo deixou isso muito claro na parábola de Lázaro e o rico.

Outra prática antropocêntrica é o pregador chamar a atenção do auditório constantemente para si, quando isso é feito como técnica de oratória para prender a atenção do auditório é até válido, porém não podemos deixar de dizer "olhem para Cristo", isso é o mais importante, olharmos para Cristo.

Observa-se também que muitas igrejas vivem hoje através de campanhas, seus lideres procuram alimentar o rebanho com campanhas. Sabemos que o alimento espiritual do homem remido é a palavra de Deus. É campanha dos sete dias disso, é campanha dos quarenta dias daquilo, e eu pergunto: Alguém pode me dizer se na Bíblia está especificado alguma campanha para crescimento da igreja e edificação de seus membros?

O certo é que, as campanhas se vão e o homem volta ao que era, porém com o conhecimento da Palavra não é assim! O nosso Senhor nos ensinou:

"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". (Jo 8.32)

Outra coisa que está muito na moda é o pregador tecer elogios ao auditório. A igreja só se tornará propícia quando for triunfante, enquanto militante ela será formada por pecadores que carecem da misericórdia de Deus. Atitudes meramente antropocêntricas, onde se procura exaltar o homem, colocar o homem no centro do palco, em busca de ibope.

O protagonista nunca foi e nem será o homem, o protagonista é o nosso Senhor Jesus Cristo, foi Ele quem morreu naquela horrível cruz, em nosso lugar, para nos salvar. Quem é o homem? Senão como depravado, totalmente atolado no lamaçal do pecado.

A Bíblia se refere ao homem como pecaminoso por natureza

"Eis que em iniquidade fui formado, em pecado me concebeu minha mãe"(Sl 51.5)

"E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era só má continuamente".(Gn 6.5). Esse é então o estado natural do homem.

Poderia a Palavra de Deus mostrar mais claramente do que faz? Que a depravação é total? O quadro é de morte, morte espiritual. Somos como Lázaro em seu túmulo; mãos e pés amarrados; fomos tomados pela corrupção.

Assim como não havia qualquer lampejo de vida no corpo morto de Lázaro, assim também, não há centelha interna receptiva no coração do homem. É o que diz o teólogo W. J. Seaton.

Mas Deus opera milagres, tanto com o fisicamente morto, quanto com o espiritualmente morto como podemos comprovar na carta de Paulo aos Efésios:

"E vos vivificou estando vós mortos em ofensas e pecados" (Ef 2.1).

Amados, fundamentado nesta palavra, quando vivificados por Cristo, é que o pregador poderá tecer elogios aos congregados, quando os seus membros forem lavados regenerados, purificados, pelo Sangue precioso do nosso Senhor Jesus Cristo e santificados pelo poder inefável do Espírito Santo. Em assim sendo, o mérito será somente de Cristo. Que purifica o homem. SOLA SCRIPTURA, SOLI DEO GLORIA. Pb. Gilson dos Santos.  

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O AGIR DO HOMEM DE DEUS

"Bem aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes o seu prazer está na Lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que no devido tempo dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido." (Sl 1.1-3).

INTRODUÇÃO:

Amados, vamos iniciar esta matéria com a seguinte pergunta:

·         O QUE É UM HOMEM DE DEUS?

O salmista, ao escrever o salmo de número um, nos mostras as características, as atitudes de um homem de Deus (o homem remido), contrastando com as atitudes do homem que não é de Deus (o ímpio).

Podemos então dizer, que o homem de Deusé todo homem regenerado, remido pelo sangue do nosso senhor Jesus Cristo e que anda segundo a vontade de Deus, segundo as Escrituras Sagradas, segundo o que nos ensina o salmista.

O homem de Deus procura andar de acordo com 2Tm 2.15, que diz:  "procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade"(2Tm 2.15).

1-O HOMEM DE DEUS AGE,  GLORIFICANDO. É UM ADORADOR!

A primeira pergunta do catecismo maior de Westminster é:

Qual é o fim supremo e principal do homem?

RESPOSTA- O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Ap 4.11, Rm 11.36.

"Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim porcausa da tua vontade vieram a existire foram criadas" Ap 4.11.

"Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" Rm 11.36

2- O HOMEM DE DEUS AGE, SERVINDO.  É SERVO!

O homem de Deus serve ao Eterno, serve ao próximo, serve à igreja, o seu papel é de servo.

·         SERVIR A DEUS: Ele serve a Deus porque ele ama a Deus.

"Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda tua alma, de todo o teu entendimento e de toda tua força". (Mc 12 30).

·         SERVIR AO PRÓXIMO: Ele serve ao próximo porque ele ama ao próximo.

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo". )Mc 12.31)

·         SERVIR À IGREJA: Ele serve à igreja porque faz parte do corpo de Cristo.

O apóstolo Paulo em 1Co 12.12-31 fala da unidade orgânica da igreja.

"Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos..."

Neste texto aprendemos que:

·         Cristo compara a igreja a um corpo, em que cada membro se faz necessário para a manutenção e sobrevivência desse corpo. (v 12)

·         Todos os membros são importantes e necessários. (V 22)

·         Devemos trabalhar unidos, cooperando uns com os outros. (v 26)

·         Nós, enquanto homens de Deus somos membros do corpo de Cristo. (V 27)

·         Deus dispõe cada um de acordo com a sua vontade. (v 18)

COMO SERVIR?

 Devemos servir com amor e zelo. De todo o nosso coração e te toda a nossa alma (Js 22.5). Com temor e alegria (Sl 2.11).

ONDE SERVIR?

Podemos servir a igreja em diversas áreas:

·         No governo, disciplina e interesses da igreja (Presbiterado).

·         No cuidado dos pobres, doentes e inválidos (diaconato).

·         Na preservação da ordem e reverência (diaconato).

·         Na educação teológica (professor da escola dominical).

·         Na obra missionária (pastor, evangelista, discipulador).

·         No louvor (músicos e cantores).

·         Na recepção de visitantes (diáconos e auxiliares).

·         Na organização de eventos (planejamento, organização e divulgação).

·         Na contribuição financeira.

·         Nas visitas, e tantas outras atividades.

SERVIR AO PRÓXIMO

* Na ação social (assistência aos necessitado).

* Na divulgação do evangelho (missões e evangelismo).

3- O HONEM DE DEUS AGE, VIGIANDO. É UM ATALAIA!

Oatalaia é aquele que vigia, que dá o alerta quando o inimigo se aproxima. O homem de Deus deve estar sempre alerta contra o maior inimigo da igreja que é satanás com suas artimanhas: Falsas doutrinas, fogo estranho, influência do mundo pós-moderno, etc.

a)    ATALAIA DE SI MESMO: Temos que vigiar a nós mesmo "aquele que está de pé, cuide-se para que não caia".

b)    ATALAIA DA FAMILIA: Somos sacerdotes de nossa família.

c)    ATALAIA DA IGREJA: Cristo nos chamou para zelar de sua igreja a qual ele comprou com o seu próprio sangue.

CONCLUSÃO:

Tudo que o homem de Deus faz, deve ser para honra e glória do nosso Senhor Jesus Cristo e com o propósito de divulgar as boas novas de salvação, apontando para obra redentora de Cristo e sob a sustentação do Espírito Santo.

Não fique aí parado, não diga que você não tem o que fazer na igreja, não fique esperando alguém te convidar, lembre-se! "QUEM SABE FAZ A HORA NÃO ESPERA ACONTECER". Se revista da armadura e seja um verdadeiro homem de Deus. SOLA SCRIPTURA. Pb. Gilson dos Santos.