quinta-feira, 31 de maio de 2012

ANSIEDADE - Aconselhamento Cristão

1-  O QUE É:

A ansiedade é uma sensação interna de apreensão, insegurança, preocupação, inquietação e/ou tensão que é acompanhada de elevada excitação física, o corpo fica em estado de alerta, pronto para fugir ou lutar.

2-  A BÍBLIA E A ANSIEDEDE

Na Bíblia, a palavra ansiedade é aplicada de duas maneiras, como uma preocupação salutar ou como um estado mental de angustia ou aflição.

Ansiedade como uma preocupação realista, não é nem condenado nem proibido.

A ansiedade como angustia e aflição, surge quando damos as costas a Deus. No sermão do monte, Jesus nos ensinou que não devemos andar ansiosos com as coisas futuras ou de nossas necessidades básicas como comer e vestir, pois temos um Pai celeste que nos dá a provisão.

"Por isso, vos digo: não andeis ansiosos por vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?" (Mt 6.25)

De acordo com a Bíblia, não há nada de errado em enfrentar honestamente os problemas da vida e tentar resolvê-los; ignorar o perigo é um erro tolo, mas também é errado e doentio ficar imobilizado pelo excesso de preocupação.

Os problemas que nos afligem devem ser apresentados a Deus em oração, pois ele pode nos libertar do medo paralisante e da ansiedade, capacitando-nos a cuidar de forma realista das nossas necessidades e bem estar, bem como do bem estar do próximo.

3-  CARACTERÍSTICAS:

·         O corpo fica em estado de alerta pronto para fugir ou lutar.

·         O coração bate mais depressa.

·         A pressão sanguínea e a tensão muscular se elevam.

·         Ocorrem trocas químicas e intercâmbio de sinais neurológicos.

·         Ás vezes ocorre aumento da transpiração.

·         A pessoa pode se sentir fraca, nervosa nem capaz de relaxar.

4-  CAUSAS:

Freud discute a ansiedade em termos na sua teoria de que a personalidade se divide em três partes: O Id, que consiste de instintos que exigem satisfação imediata, o ego, que tem consciência do mundo exterior e mantem a personalidade em contato com a realidade, e o superego, que é o senso normal do que é certo ou errado. Segundo Freud a ansiedade surge quando:

a)    O ego percebe uma clara ameaça a pessoa (ansiedade realista).

b)    Quando o id começa a ficar tão poderoso que ameaça a dominar o ego e fazer com que a pessoa assuma um comportamento socialmente agressivo e sexualmente inaceitável (ansiedade neurótica).

c)    Quando o superego se torna poderoso demais e faz com que a pessoa se sinta esmagada pela culpa ou vergonha (ansiedade moral).

Autores posteriores passaram a ver a ansiedade mais como resultado das pressões culturais e das ameaças do mundo em que vivemos.

Podemos então concluir que a ansiedade é causada pelas ameaças, conflitos, medos, carência, características fisiológicas e diferenças individuais.

A ansiedade pode surgir como respostas a algum perigo não identificável (medo), pode ser uma reação a uma ameaça imaginária ou desconhecida (ansiedade flutuante).

A pessoa ansiosa sabe que algo terrível vai acontecer, mas não sabe o que é nem por que vai acontecer.

5-  TIPOS DE ANSIEDADE:

Foram identificados vários tipos de ansiedades, normal e neurótica, moderada e intensa, aguda e crônica.

·         NORMAL - É algo que todos nós experimentamos de vez em quando, geralmente quando existe um perigo real ou circunstancial.  Ela é proporcional ao perigo. Ela pode ser reconhecida, controlada e reduzida, principalmente quando as circunstâncias mudam.

·         NEURÓTICA - Envolve sensações extremamente exageradas de impotência e terror mesmo quando o perigo é mínimo ou inexistente. Não pode ser enfrentada de maneira objetiva e racional por vir de conflitos internos inconscientes. Ela é desproporcional ao perigo objetivo porque há um conflito intrapsíquico não resolvido.

·         MODERADA - Uma ansiedade moderada pode ser até agradável e salutar porque ela motiva ajuda as pessoas a evitar situações perigosas e aumenta a eficiência.

·         INTENSA - É mais estressante, ela pode diminuir a nossa capacidade de solucionar problemas, diminuir nosso nível de atenção, dificultar a concentração, provocar esquecimentos, baixar o nível de desempenho, bloquear a eficiência de comunicação, gerar pânico e às vezes provocar desagradáveis sintomas físicos tais como taquicardia, paralisias ou intensas dores de cabeça.

·         AGUDA - Geralmente se instala rapidamente se instala rapidamente, pode ser intensa ou não, tem curta duração, ela é uma reação aguda e relativamente breve de apreensão que a todos nós. Representa uma resposta a alguma ameaça e se manifesta algumas vezes com estado de excitação.

·         CRÔNICA - É uma tensão emocional contínua, permanece enraizada. Ela é vista em pessoas que parecem estar sempre preocupadas, frequentemente ela acaba provocando doenças físicas porque o corpo não pode funcionar bem quando permanece constantemente tenso e agitado.

6-  OS EFEITOS DA ANSIEDADE:

A ansiedade nem sempre é uma coisa ruim, uma dose de ansiedade pode dar sabor a vida (nem pouco, nem muito).

Quando a ansiedade é intensa. Prolongada ou incontrolável, as pessoas começam a apresentar reações debilitantes de ordem física psíquica, defensiva e espiritual.

a)    REAÇÕES FÍSICAS: Úlceras, dor de cabeça irritação na pele, dores nas costas e vários outros problemas como, falta de ar, perda de apetite, fadiga intensa e perda do sono.

b)    REAÇÕES PSICOLÓGICAS: Redução da produtividade, dificultar as relações interpessoais, bloquear a originalidade e a criatividade, embotar a personalidade e interferir na capacidade de raciocínio e memorização, podendo imobilizar o individuo de tal maneira que ele não consegue se agir independentementecomo um adulto.

c)    REAÇÕES DEFENSIVAS: Ignorar a sensação de ansiedade, fingir que a situação que gera ansiedade não existe, convencer-se que não há nada para se preocupar, dar uma explicação racional para os sintomas, jogar a culpa do problema em outras pessoas, desenvolver doenças físicas que desviem a atenção da ansiedade, regredir a comportamentos infantis. Às vezes as pessoas buscam escapes nas drogas, no álcool ou se fecham em vários tipos de doenças mentais, esses mecanismos são meios de tentar resolver o problema.

d)    REAÇOES ESPIRITUAIS: A ansiedade pode nos levar buscar auxilio divino,que poderia ser ignorado se tudo estivesse correndo bem. A ansiedade pode também afastar as pessoas de Deus, justamente no momento que elas mais precisam Dele.

7-  COMO ACONSELHAR UMA PESSOA ANSIOSA

Não é fácil aconselhar uma pessoa ansiosa, porque é difícil identificar e separar as causas da ansiedade e porque a ansiedade pode ser psicologicamente contagiosa.

Portanto para aconselhar pessoas ansiosas o conselheiro deve estar consciente de seus próprios sentimentos. Ele necessita então:

a)     Reconhecer suas próprias ansiedades.

b)     PERGUNTAS QUE ELE DEVE FAZER A SI MESMO:

B1-O que está me deixando ansioso nesta situação? O aconselhando está ansioso com alguma coisa que também me deixa ansioso?

B2- O que esta minha ansiedade me diz a respeito do aconselhando e de mim mesmo.

Esse tipo de autoexame pode ajudar oconselheiro a compreender melhor a ansiedade do aconselhando.

c)      DOMINANDO A TENSÃO: O conselheiro tem pouca probabilidade de sucesso se o aconselhando estiver tenso demais para se concentrar.

d)     DEMONSTRANDO AMOR: O amor tem sido considerado o mais forte elemento terapêutico.

e)     IDENTIFICANDO AS CAUSAS: A ansiedade raramente desaparece com palavras tranquilizantes ou gestos de amor cristão. O conselheiro não pode ser ingênuo a ponto de dizer para o aconselhando que ele deve parar de se sentir ansioso ou se animar simplesmente. O conselheiro competente deve auxiliar o aconselhado na tarefa de descobrir as causas da ansiedade.

8-  O CONSELHEIRO DEVE:

·            Fazer observações e levar o aconselhado a fazer reflexões.

·            Ter paciência e ser compreensivo e fazer intervenções.

·            Encorajar as ações, dar apoio.

·            Incentivar ações cristãs, como alegrar-se, ser gentil, orar e agir.

9-  CONCLUSÃO:

A ansiedade é o precedente e o componente básico de todos os problemas psicológicos. A ansiedade existe para nos alertar sobre algum problema e nas levar a agir. Ao falar sobre a ansiedade no sermão do monte, Jesus nos encoraja falando que Deus conhece nossas necessidades e ansiedades e que podemos descansar seguros de que Ele suprirá todas as nossas necessidades e não precisaremos ter nenhuma preocupação. (SOLI DEO GLORIA). Pb. Gilson dos Santos. (FONTE: Gary R. Collins, ACONSELHAMENTO CRISTÃO).

terça-feira, 29 de maio de 2012

OS FALSOS PROFETAS

A palavra profeta, no grego (prophetes), significa proclamador. O termo (propheteuo) representa a ação do profeta, ou seja, fazer revelações proféticas "profetizar" e a palavra (propheteia) traduz a atividade profética (dom profético, palavra profética, dito profético).

Profetes é um substantivo composto da raiz -phe- (dizer, proclamar) e tem sempre uma conotação religiosa, e o prefixo- pro- um adverbio de tempo que tem o significado de "antes" "de antemão". Sugere-se assim o significado daquele que prediz, daquele que conta de antemão.

Por outro lado, a palavra grega (pseudoprophetes) significa falso profeta, ou seja, aquele que prediz, que conta de antemão, porém as suas falas não são verdadeiras, são falsas.

A palavra falso, é um adjetivo que significa: contrário à realidade, fingimento, dissimulação ou dolo, fictício, enganoso, desleal, pérfido, traiçoeiro, sem fundamento, errado, inexato, etc.

Devemos ter em mente que Deus nos propiciou coisas maravilhosas para a nossa redenção, dentre elas a fé, pois só pela fé e pela graça somos salvos (sola fide, sola gratia). "O povo de Deus recebe constantemente ameaças no tocante a sua ortodoxia e ortodoxia". Os falsos profetas fazem parte de uma categoria de perigos que ameaçam a igreja do nosso Senhor Jesus Cristo. "A preocupação com a pureza da comunidade não se funda somente  pelo interesse da salvação do indivíduo, mas é também uma preocupação da sociedade dos santos como um todo."[1]

Israel sempre se viu as voltas com os falsos profetas. Israel sabia que a palavra de Deus podia vir de diferentes direções, assim a lei de Deus alertava Israel:

"Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome que eu não lhe mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto.(Dt 18.20)

David S. Dockery em seu Manual Bíblico faz o seguinte comentário: Dois tipos de falsos profetas confundiam Israel em seu empenho em conhecer a vontade de Deus.

1.    Os profetas que alegavam anunciar a mensagem de Javé. Deus de Israel. Esses profetas apresentavam-se a Israel muitas vezes em sua história. Tais profetas proclamavam as palavras que o público queria ouvir (Mq 3.5). Essas palavras vinham pela sua própria imaginação (Ez 13.17) sendo em geral palavras de paz (Jr 28.5-9).

Isaías acusou tais profetas de se embriagarem de bebidas forte e vinho, em vez de serem inspirados pelo Espírito (Is 28.7-8). Eles eram perversos, até adúlteros (Jr . 10-11). Falavam em nome do Deus de Israel mas mentiam (Jr 27.16-17, 29.20-23).

Eles não cumpriam as responsabilidades dos profetas com intercessores em favor de Israel junto a Deus (Jr 27.18). Empregava meios espúrios para garantir a palavra de Deus (Ez 13.6, Dt 18.9-10). O dinheiro era a motivação deles, não o Espírito de Deus (Mq 3.5,11).

A bem da verdade Deus jamais os enviou (Jr 14.14, 23.21). Esses profetas não conseguiram cumprir sua missão básica: Eles não desviavam Israel da perversidade e do mal (Jr 23. 11,22), nem os afastavam de Baal, nem os convidavam à fidelidade a Javé (Jr 23. 27). Eles se opunham aos retos e não aos perversos (Ez 13.22).

 

Evidentemente esses profetas eram falsos, mesmo assim o povo os aplaudiam, eles pregavam e ninguém conseguia provar que eles estavam errados. Muitas das vezes serviam ao rei com fidelidade e suas mensagens de paz pareciam boas, eles exigiam pouco dos ouvintes.

Um aspecto expunha os falsos profetas: suas predições não se cumpriam.

2.    O segundo tipo de falso profeta logo mostrava sua falsidade, esses profetas profetizavam em nome de outros deuses (1Rs 18.22). Israel devia perceber rapidamente a falsidade desses profetas mas a nação estava cega até para o sinal claro da falsa profecia.

Muitas vezes, portanto, até a falsa profecia ganhava batalhas em Israel, mas só os atos condenatórios de Deus na história de Israel acabavam legitimando, em seu devido tempo, seus verdadeiros profetas.

De acordo com as Escrituras um profeta é aquele que fala a vontade de Deus, e um falso profeta não fala de acordo com a vontade de Deus, não éum porta voz de Deus, ou ele fala por si mesmo ou sobre o mando direto de Satanás.

Um dos dons ministeriais é o profético(Ef 4.11-15). Os dons têm como finalidade o aperfeiçoamento, a unidade da fé e a edificação do povo de Deus.

Paulo mostra que cada um de nos contribuímos com os dons que nos é dado pelo Espírito Santo, assim como todos os membros de um corpo são importantes para o desenvolvimento do corpo, nós também o somos para o desenvolvimento e edificação da igreja.

No Novo Testamento, encontramos vários alertas em relação aos falsos profetas:

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mais, interiormente são lobos devoradores, (Mt 7.15)

A mensagem do falso profeta pode ser atraente, porém o tempo mostrará seus frutos e comprovaram que seus ensinos eram falsos.

"Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos" (Mt 24.11)

Um quadro de desgraça precederá a segunda vinda de Cristo onde surgirão falsos profetas e falsos mestres que tentarão transformar a terra no céu, numa tentativa de anular as profecias do próprio Messias.

"Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmo repentina destruição" (2Pe 2.1)

Na sua segunda epístola, Pedro fala das heresias e ensinamentos gnósticos que estavam surgindo em sua época. Ele então aponta para os seguintes fatos: Falsos profetas, falsos ensinos, falsos doutores, introdução de heresias de perdição, negação do Senhor, repentina destruição, muitos seguirão suas práticas libertinas e será infamado o evangelho da verdade.

Segundo Finis Jennings Dake, no livro de Filipenses podemos identificar cinco fatos a respeito dos falsos profetas:

·         São inimigos da cruz de Cristo.( Fp 3.18)

·         Seu fim é a perdição. (Fp 3.19)

·         O seu deus é o ventre (Fp 3.19)

·         Sua glória é para confusão deles. (Fp 3.19)

·         Só pensam nas coisas terrenas. (Fp 3.19).

Ao estudarmos a carta de Judas compreendemos o quanto ela é importante para a renovação da nossa ortodoxia e a consequência de uma ortopraxia saudável . Judas está interessado tanto na salvação dos cristãos quanto na fé oferecida aos santos. Esta carta fala ao mundo contemporâneo como falou  a todas as eras procedentes. Ela nos mostra como agem os falsos mestres e os falsos profetas:

·         São sonhadores alucinados, usam de visões para justificar ações contrárias à Palavra de Deus.v8

·         Contaminam a carne. V8.

·         Rejeitam e difamam autoridades superiores. V8

·         São como brutos sem razão, ferindo sem importar a quem. V10

·         São rochas submersas, como recifes são perigosos à navegação. V 12

·         São como nuvem sem água, ou seja, não são nuvens, pois toda água emerge das nuvens, são falsos. V12

·         São como árvores sem frutos. V 12

·         São estrelas errantes. v13

·         São murmuradores, descontentes, andam segundo as paixões, arrogantes, aduladores, interesseiros, escarnecedores, divisionistas e sensuais. V16

Vários sinais indicarão a segunda vinda de Cristo, dentre eles está o aparecimento de falsos profetas realizando sinais e maravilhas, como podemos ver em Marcos 13.22 .

"pois surgirão falsos cristãos e falsos profetas, operando sinais e prodígios para enganar, se possívelos próprios eleitos". (Mc 13.22).

Conclusão:

Desde o início, na história do povo de Israel, este povo escolhido por Deus para preparar e anunciar a vinda do nosso Senhor Jesus cristo surge no meio desse povo falsos profetas, e os falsos profetas continuaram surgindo no meio da igreja do nosso Senhor Jesus Cristo, porém devemos estar atentos e agir segundo os conselhos do apóstolo Paulo, registrados em Atos 20.28-30. SOLI DEO GLORIA.

Pb. Gilson dos Santos

FONTES: MICHEL, Augusto. (Falsos Profetas) .DOCKERY, S. David.(Manual Bíblico)..HALLEY, Henry Nanpton e Colin Brown.(Manual Bíblico de Halley).COENEN,Lothar, (Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento).


[1] Bultimam, Teologia do Novo Testamento,p.684

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A NOVA ALIANÇA

Na Confissão de Fé de Westminster podemos encontrar o seguinte ensino sobre a nova aliança, também conhecida como o pacto da graça:

"Tendo-se se tornado o homem, pela sua queda, incapaz de vida por esse pacto, aprouve ao Senhor fazer um novo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele ofereceu livremente aos pecadores a vida e salvação por Jesus Cristo, exigindo deles fé nele para que sejam salvos, prometendo dar o seu Santo Espírito a todos os que estão condenados para a vida, para dispô-los e capacitá-los a crer".

A nova aliança é feita entre Deus e a humanidade pecadora enquanto que a velha aliança ou pacto das obras foi feita entre Deus e a criatura não caída  (antes da queda).

Deus promete uma nova aliança com o seu povo (Je 31.31-34). A nova aliança assegura transformação espiritual de Israel e de todos que crêe em Cristo, tornando-os aceitáveis a Deus.

Esta é uma aliança condicional por um lado, pois condiciona o homem a uma opção entre a vida e a morte eterna. É incondicional, por outro lado, porque é de graça.

Uma vez violada a aliança das obras (a velha aliança) e ocorrida a queda, a única esperança da humanidade estava enraizada na graça.

A nova aliança garante a revelação pessoal do Senhor a cada crente. (Hb. 8.11). Assegura esquecimento completo dos pecados. Repousa sobre uma redenção consumada. (Mt 26.27).

A nova aliança foi entregue a humanidade mediante a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. A nova aliança é a aliança da graça; a salvação e o relacionamento do homem com Deus está baseado na morte expiatória de Cristo (Mt 26.28, Hb 9.14 e 15), tem o propósito de salvar da culpa e da condenação da lei a todos que crêem em Cristo  e dedicam suas vidas a Ele.  (1Co 11.25, Hb  9.16 e 17). Todos os que crêem em Jesus Cristo, recebem as bênçãos da salvação, oriundas desse concerto mediante sua perseverança na obediência a Cristo, tais como: 

·         O perdão dos pecados (At 2.38).

·         Livramento da ira futura (Jo 3.36).

·         A certeza de vida eterna (Jo 3.16).

A nova aliança contrasta com a antiga aliança, visto que a nova não poderá ser quebrada, como foi a antiga (Hb 8.7-8). A garantia que não será quebrada é a graça mediada por meio de Cristo, através de sua morte e ressurreição (Hb. 12.15).

RESPONSSABILIDADE DO HOMEM: Aceitar o plano de salvação na pessoa de Jesus Cristo, pela fé.  (Jo 1.12).

FRACASSO: O homem fracassa dentro desse projeto de Deus, quando o rejeita. (Jo 5.39).

JUÍZO: Para os que rejeitam, só lhes restam a condenação eterna. (Jo 3.17,18).

O pacto da graça não destrói o pacto original, mas torna possível o pacto das obras ser cumprido. Embora a graciosa doutrina da justificação pela fé seja a essência do evangelho, não podemos esquecer que a nossa salvação é realizada em última instância, pelo cumprimento do pacto das obras, onde Deus aceita a obediência de Cristo ao pacto das obras em nosso lugar.

Cristo faz por nós o que somos incapazes de fazer por nós mesmos. Quando nós não somos pessoalmente obedientes, Deus aceita obediência vicária de nosso Senhor Jesus Cristo. SOLA GRATIA.

Pb.GILSON DOS SANTOS - Fonte: O QUE É TEOLOGIA REFORMADA de R.C. ESPROL