Amados, neste artigo, vamos tratar de dois atributos incomunicáveis de Deus que são: Sua transcendência e sua imanência.
Transcendência significa que Deus está acima da criação. Ele é supra-mundo e extra- mundo. Imanência nos faz lembrar que Deus se manifesta na criação. Deus está acima do mundo e independe dele.
Fundamentado no conceito que Deus é transcendente, é importante observar que:
a) Deus não deve ser confundido com o universo, como faz o Panteísmo e a Ciência Cristã.
b) Não deve ser considerado como uma totalidade da qual o universo é uma parte, isto é, uma espécie de unidade de dupla face.
c) Não se relaciona com o universo como a alma com o corpo.
d) A causa e o seu efeito não podem ser uma e a mesma coisa; logo afirmamos a transcendência de Deus. Sujeito e objeto implicam uma distinção, logo, não podemos confundir Deus com o mundo que Ele fez e que é objeto de sua providência e cuidado.
O homem é maior que a sua obra; assim também o é Deus.
e) O amor de Deus para com os homens, o perdão de pecados que Ele concede e o senso de responsabilidade do homem, tudo isto se baseia na transcendência de Deus.
Quando o homem deixa de crer na transcendência, a sua consciência do pecado e sua responsabilidade moral se esvaem, como acontecem no sistema panteísta e semipanteísta.
Quando se perde a transcendência, em geral a personalidade de Deus vai com ela. Segue-se, então, a perda da fé, do culto e da oração, que são sempre expressões de um espírito pessoal em busca de um espírito pessoal e são impossíveis de outro modo.
DEUS É IMANENTE OU INTRAMUNDO.
Podemos então dizer que:
a) Ele não só está acima do universo físico, não somente é independente dele, mas permeia todas as coisas.
b) O homem atua sobre a matéria, externamente, de fora. Deus pode fazer e o fez internamente, de dentro. Todo o desenvolvimento que existe no universo ilustra a operação interna de Deus.
c) O homem constrói uma casa ou um navio, trabalhando externamente. Deus faz uma árvore, operando internamente.
d) Não devemos enfatizar a transcendência de Deus de forma a fazê-lo um Deus mecânico; nem tão pouco enfatizar sua mecânica de modo a fazê-lo desaparecer nas leis da natureza.
e) Devemos distinguir entre Deus imanente no universo e Deus idêntico com o universo, pois isso seria panteísmo.
f) W. Newton Clark, em sua obra Cristian Doctrine of God, diz o seguinte:
"É claro, hoje em dia, que o universo opera ou é operado de dentro, As forças que se acham em atividade são forças residentes no universo, Este tem toda a aparência de um sistema auto-operante. Não somente a sua vastidão, mas também a sua auto-suficiência interna nos proíbe de conhecê-lo como sendo controlado por fora".
"Se Deus é a força operante do grande sistema, e se este é operado de dentro, então, certamente, ele se acha dentro com sua vontade e energia operantes".
O professor Arthur C. MacGiffert dá uma definição de imanência que mal se pode distinguir do panteísmo. É preciso fazer uma distinção bem clara entre imanência e panteísmo.
W. L. Falker, em sua obra: The Spirit and the incarnation e em Cristian Thesm, nega que mecânica de Deus seja pessoal e ensina que esta terminologia apenas expressa a manifestação de uma idéia ou princípio gradualmente realizado no mundo.
Dificilmente, porém se pode compreender um Deus imanente que não seja pessoal. Não sendo Deus concebido como sendo idêntico com o mundo, podemos dizer que sua imanência é da substância o do ser pessoal na mais estrita acepção da palavra.
g) A imanência de Deus, não pode ser usada para negar a realidade das causas secundárias, nem para fazer de Deus o agente de todo o mal no mundo. Assim como não fazemos Deus e o mundo idênticos, assim também não fazemos a vontade humana desaparecer na divina.
h) A doutrina da imanência de Deus dá nova beleza ao mundo.
CONCLUSÃO
O universo e a terra estão cheios da glória e todo arbusto pleno de Deus. "Ele está mais perto que a respiração, e mais próximo que as mãos e os pés."
"O broto que cresce verde no meio da geada, a Erva e o próprio líquem, cada um deles constitui um silencioso momento. O primeiro pássaro da primavera e a última rosa do verão; a grandeza e o encanto e até mesmo a melancolia da tarde e da manhã; a chuva, o orvalho, os raios do sol; as estrelas que surgem para contemplar a plantação do fazendeiro; os pássaros que alegres fazem seus ninhos ou cuidam diligentes dos seus filhotes. Tudo isso tem significação religiosa para a alma que pensa. O perfume da violeta lembra o Criador. A pureza e a fragrância do lírio lembra a divindade. As terríveis cenas da tempestade, o fuzilar do relâmpago e ribombar do trovão, parecem apenas os sons mais severos de um grande concerto com que Deus fala aos homens" (autor desconhecido).